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Política de Proteção Especial oportuniza assistência a pessoas em situação de rua em Rio Branco

 

Natural de São Paulo, Edicarlos Ferreira chegou a Rio Branco no ano de 2002. Aqui tinha irmãs e trabalhava como pedreiro. Declarando não ter problemas com álcool ou outras drogas, ele aponta conflitos familiares e sequelas de um acidente de moto como os motivos que o levaram à situação de rua. E foi em uma das vias públicas de Rio Branco que foi informado sobre a existência do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). ‘“Eu vim, falei com as pessoas, fui bem recebido, depois encaminhado ao Caps. Aqui todo dia tomo meu café, tomo um banho, converso com as pessoas, estou muito feliz”, declarou.

Edicarlos vivia em um dos seis territórios identificados como locais ocupados por pessoas que perderam o vínculo familiar em Rio Branco. Espaços foco de ação do Serviço Especializado em Abordagem Social, executado pela Prefeitura por meio da equipe da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcas) e Centro POP. De domingo a domingo, as equipes vão às ruas com o objetivo de identificar, informar e oportunizar o acesso às políticas de assistência às pessoas em situação de rua.

De acordo com a educadora social, Suhelen Souza, “o primeiro passo é criar um vínculo. Então nos aproximamos oferecendo o serviço. A gente lança uma semente para dar fruto e, quando isso acontece, a gente vê que vale a pena”, declarou Suhelen, ao lembrar o caso de um usuário que, depois de receber o cartão de visita deixado pela equipe de busca ativa do Centro POP, procurou ajuda e retornou ao convívio familiar. “O mais gratificante é perceber que eles se sentem lembrados, valorizados, o que ajuda a fazer com que a pessoa saia daquela situação”, concluiu.

Para Gerson Carlos, também integrante da equipe de busca ativa, “a maior dificuldade é entrar em ambientes hostis, mas é uma dificuldade que a gente vence. Quando a gente faz a abordagem, nosso argumento com a pessoa em situação de rua é mostrar que ela tem dignidade, necessita de ajuda. E quando o usuário adere ao programa, quando necessário, vai para a casa terapêutica e retorna à sua família, a gente se alegra”.

Atualmente, 242 pessoas vivem em situação de rua em Rio Branco, a maioria em decorrência do abuso de álcool e outras drogas. De acordo com a diretora de Proteção Social Especial da Semcas, Sílvia Aletícia Palmeira, “a atribuição da equipe de assistência social é ofertar condições para que essas pessoas possam acessar as políticas e transformar suas vidas”.

 A Política de Proteção à Pessoa em Situação de Rua em Rio Branco

No Brasil, a Política de Proteção à Pessoa em Situação de Rua foi regulamentada por lei federal no ano 2009. Rio Branco foi o primeiro município da Região Norte a aderir a proposta. As ações iniciaram na administração do então prefeito Angelim e fortalecidas na gestão de Marcus Alexandre. O Serviço Especial em Abordagem Social, também chamado busca ativa, o Centro POP, o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), a Casa Dona Elza e a casa de passagem mantida em parceria com a Jocum são ações e equipamentos que integram a Política de Proteção a Pessoas em Situação de Rua no Município.

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