Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Pro-reitor da Ufac garante que obras já iniciadas não serão prejudicadas com cortes no orçamento

 

O contingenciamento atinge 16% dos repasses destinados à Universidade Federal do Acre (Ufac) para este ano. Com isso, o impacto é de R$ 4 milhões a menos no orçamento para manter os serviços de limpeza e segurança, por exemplo, na instituição. Algo que preocupa estudantes, que até promoveram um ato contra os cortes federais, na manhã de ontem. Mas, de acordo com o pró-reitor de planejamento, Alexandre Hid, as obras já iniciadas não estão ameaçadas. Ele garante a conclusão delas.

Ainda de acordo com o pró-reitor, a Ufac desde o último trimestre de 2014, está trabalhando com restrição orçamentária. Desde então, havia uma restrição de 10% no custeio e 50% em ações de investimento.

“Com relação a custeio, a reitoria realizou reuniões sistemáticas para fazer adequações em contratos, por exemplo. E, mesmo com a restrição, a universidade seguiu 2015, 2016 e início de 2017. Era uma margem possível de trabalhar. Nos antecipamos ao problema. Sempre somos otimistas, mas trabalhamos dentro da realidade. Com o novo corte, as despesas foram refeitas, dá para manter os serviços até dezembro. No entanto, não pode gastar com um serviço extra”, confirmou Alexandre.

Nas áreas de investimento, o contingenciamento foi bem maior. O corte atinge R$ 7 milhões, que deixaram de ser repassados à universidade.

“Dá para garantir as construções que começaram, mas novas obras nem pensar. A comunidade acadêmica pode ficar tranquila porque todas as obras que já foram autorizadas serão finalizadas. Enquanto essa fase não passar, precisamos da colaboração de todos em apagar a luz e equipamentos quando não tiverem sendo utilizados, entre outras medidas básicas que podem ser tomadas por professores, servidores e estudantes”, garantiu Alexandre.

A reitora em exercício da Ufac, Guida Aquino, ressaltou que essa é uma realidade que ocorre em todas as unidades do Brasil.

“Tivemos uma reunião de reitores onde todos manifestaram apoio a esse momento. Os cortes orçamentários podem chegar à demissão de terceirizados entre outros serviços, enfim, são várias pautas que hoje o governo federal afeta”, afirmou.

Atualmente, a Ufac possui campus em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Brasileia, além de polos em Xapuri, Feijó e Sena Madureira. Com um universo de 11 mil estudantes.

Servidores fazem protesto contra cortes

Servidores técnicos e universitários protestaram contra a medida do governo federal de cortar os repasses feito as universidades federais por todo o país. A manifestação ocorreu nesta quarta-feira, 2, na reitoria da Ufac.

Nos discursos em comum, eles visam maior qualidade e consequentemente a destinação de mais verbas para o bom funcionamento da Universidade. “A orientação da nossa federação é que as universidades brasileiras fiquem todas paradas nesta quarta para fazermos esse ato conjunto em defesa das universidades públicas atingidas pelo corte orçamentário”, falou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3º Grau (Sintest), Iroelio Alves de Sousa.

A maior preocupação da comunidade acadêmica é com a possibilidade de fechamento das portas da universidade antes mesmo do final deste ano. Segundo o presidente do Diretório Central dos Estudantes no Acre (DCE), Richard Silva Brilhante de Carvalho, outras instituições já fecharam as portas, como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

“Queremos que garantam recursos para a nossa universidade continuar aberta. Em relação à Ufac, sabemos que a universidade já está cortando funcionários e está tendo racionamento de várias atividades”, confirmou.

FOTOS/ BRUNA LOPES
Sair da versão mobile