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NETA: Um grande passo para a Educação Especial do Acre

Com as obras a pleno vapor, o Núcleo de Educação e Tecnologia Assistiva (Neta) nasceu com o objetivo de agregar todo e qualquer atendimento voltado a pessoas com deficiência no mesmo local. O novo prédio, localizado no Núcleo de Apoio Pedagógico Dom Bosco, promete oferecer uma estrutura melhor de atendimento, além de facilitar a vida de familiares que buscam qualquer dos serviços oferecidos pelas entidades.
A coordenadora de Educação Especial da SEE/AC, Úrsula Maia, confirma que a comunicação com a coordenação de ensino especial e com os outros núcleos se tornará mais acessível.
“É de fundamental importância para todos os envolvidos, inclusive, para os acadêmicos. Aqui vai ser um centro de referência, reunindo atendimento às altas habilidades, o apoio com pessoas deficientes visuais, as pessoas com surdez e o Dom Bosco. A expectativa é de que até dezembro a unidade seja entregue. Estamos muito contentes com isso”, comentou ela.
A ordem de serviço foi assinada em maio deste ano. O investimento é de mais de R$ 2 milhões. Do total do recurso destinado à obra, R$ 1,7 milhão é fruto de emenda de Sibá Machado, enquanto deputado federal.
“Se existissem mais destinações de verba, maior seria o alcance dos serviços a quem realmente precisa”, confirmou a coordenadora.
A nova estrutura irá assegurar acesso e permanência a 4.851 alunos público-alvo da educação especial, matriculados na rede pública de ensino. Serão dois novos blocos, sendo um para o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP/DV), outro para atender ao Núcleo de Atividades em Altas Habilidades/Superlotação (NAAH/S).
Um auditório também será construído no local que servirá para oferecer formação continuada aos profissionais envolvidos no processo de inclusão educacional em Rio Branco.
Em todo o Estado, as atividades da Coordenação de Ensino Especial chegam a quase 8 mil pessoas. Com esse fortalecimento, a expectativa do governo é ampliar a capacidade de atendimento para 14 mil.
De acordo com a coordenadora, a aplicação de novos investimentos na área são mais que uma conquista. “O Estado vem conseguido avançar, prova disso foi a implantação das salas de recurso com o direcionamento de um professor mediador e um assistente educacional, para receber alunos com necessidades específicas no contraturno das aulas. Com isso, tem-se a capacidade de garantir o bom atendimento nos núcleos e também no ensino regular”, destacou.

Classe hospitalar
As aulas em casa são resultados de investimentos do governo do Estado, por meio da SEE, aplicados diretamente na Coordenação da Educação Especial. Atualmente, foram atendidos no primeiro semestre deste ano 176 alunos por essa modalidade de ensino em Rio Branco, amparada por lei federal.
De acordo com a coordenadora da Classe Hospitalar, Alcinéia Abud, além das classes em casa, há outros locais que oferecem o serviço. “As atividades são desenvolvidas na Casa de Acolhida Souza Araújo, Hospital da Criança, Hospital de Câncer, Hosmac e Educandário Santa Margarida. Atualmente, 9 professores, sendo que três estão de licença, atuam na classe hospitalar em Rio Branco”, ressaltou.
É como se uma sala de aula fosse levada para dentro dos hospitais, ou ainda na residência do aluno. “De acordo com a série que o aluno estiver inserido nós desenvolvemos atividades pedagógicas e lúdicas. Nós vamos montando portfólio e acompanhando o trabalho desses alunos”, explicou Alcinéia.
Poucas pessoas sabem, mas é direito de toda criança e adolescente hospitalizados desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital.
“Quando a criança fica internada é um momento cansativo, fazendo tratamento, muitas vezes sem saber quanto tempo vai durar esse tratamento. É necessário que se faça esse trabalho”, completou a coordenadora.
Segundo a coordenadora, as atividades são desenvolvidas de acordo com a situação da saúde das crianças. “Por exemplo, a criança que necessita ser atendida no leito, muitas vezes a crianças não está em um momento de estar estudando. Muitas vezes ela precisa de uma atenção maior, a parte emocional da criança pode estar afetada, então ali nós vamos desenvolver mais atividades lúdicas, música, arte, para que ele venha a esquecer um pouco aquele momento”.
Além disso, os profissionais também fazem um trabalho com a família dessa criança.

Atendimento
pedagógico domiciliar
Em algumas situações, após receber a alta do médico, as crianças ainda não estão em condições de voltar às atividades escolares. Neste caso, é realizado o atendimento pedagógico domiciliar, onde os professores acompanham esses alunos em casa até voltarem às atividades nas escolas.
Nessa modalidade, atualmente são atendidos 53 alunos. As pessoas interessadas devem procurar a SEE e solicitar o atendimento ou procurar o Dom Bosco através do telefone 32265244.

Inclusão é
política pública
Na rede estadual, a política de inclusão se dá de duas formas: com a matrícula de alunos com deficiência para as salas de aula convencionais e também para alunos que necessitam de complementação da carga horária no contraturno. Em 2016, por exemplo, as escolas tiveram o total de 7.914 alunos matriculados nas duas esferas.
Vale ressaltar que toda criança tem o direito à educação pública, assegurado pelo artigo 205 da Constituição Federal e reafirmado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, mediante a Lei n° 02/2001. O referido artigo infere a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Também compete ao Estado o atendimento educacional especializado a portadores de deficiência, preferencialmente no ensino regular.

 

A Gazeta do Acre: