BRUNA MELLO
Os funcionários dos Correios no Acre aderiram à greve nacional, após assembleia na noite de quinta-feira, 21, na sede do Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec/AC). A paralisação nacional completa 4 dias hoje, 23, e atinge 21 estados e o Distrito Federal.
Segundo o presidente do Sintec/AC, Edson Pinheiro, a entrega de mercadorias pode ser comprometida devido à paralisação. “Aqui não terá um grande impacto na prestação de serviço. No entanto, sabemos que os grandes centros do Brasil estão parados. Então, as encomendas não vão chegar aqui”.
Por outro lado, os Correios no Acre informou, por meio de nota, que neste sábado e domingo, 23 e 24 respectivamente, serão realizados mutirões para colocar em dia a entrega de cartas e encomendas nas localidades que há paralisação parcial. A ação faz parte do Plano de Continuidade de Negócios e também prevê medidas como deslocamento de empregados entre as unidades e realização de horas extras.
Ainda sem notificação judicial, o sindicato não descarta a possibilidade de parar 100% do atendimento. Até o momento não houve suspensão dos serviços dos Correios nas agências do Estado. Aqui, cerca de 70% do efetivo está presente e trabalhando, segundo Pinheiro.
“Acredito que ao longo da semana a adesão vai aumentar de forma drástica. A nível de Brasil, dos 31 sindicatos filiados à Federação já temos 29 sindicatos em greve, faltando apenas Rondônia e Roraima aderirem ao movimento”.
A categoria reivindica retorno do plano de saúde, novas contratações por meio de concurso público, mais segurança no trabalho, além da falta de uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para 2018. Os servidores também alegam ser contra o processo de privatização dos Correios.
“Já estamos com déficit de pessoal. Com esse plano de demissão sem reposição de vagas, a prestação de serviço fica comprometida. Outra pauta é sobre as ferramentas de trabalho que os servidores precisam e a empresa não está disponibilizando. Isso afeta a entrega das correspondências e serviços prestados”.
Correios e representantes da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) continuam em negociação, mesmo após a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) ter decidido iniciar a paralisação nas bases de seus sindicatos filiados antes de esgotado o diálogo sobre as cláusulas previstas no acordo.
A atitude da Fentect coloca em risco não apenas a qualidade dos serviços prestados aos clientes e à população brasileira, mas compromete a sustentabilidade dos Correios e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para reverter a situação financeira da empresa.
Procon orienta consumidor
Os consumidores acreanos podem ser atingidos pela paralisação dos Correios. Por isso, para evitar eventuais encargos ou até a negativação em serviços de proteção ao crédito, o Procon/AC recomenda que os consumidores entrem em contato com as empresas antes do vencimento da fatura e solicitem outras formas para efetuar o pagamento.
“Quanto a outras encomendas, infelizmente é ter paciência para aguardar que as entregas normalizem com o fim da greve. E se houver algum prejuízo comprovado, mesmo assim, acionar judicialmente os correios. No caso de greve, especificamente, não gera motivação para notificação”, explicou a chefe da Divisão de Fiscalização do Proncon/AC, Fran Brito.