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Mesmo com determinação de manter 80% do efetivo, Sintec não descarta paralisação total

 

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que as federações representantes dos trabalhadores dos Correios devem garantir ao menos 80% dos trabalhadores da empresa estatal trabalhando normalmente durante a greve decretada na última quinta-feira, 21, sob pena de multa diária de R$ 100 mil no caso de descumprimento.

Segundo a empresa, no Acre, 95,98% do efetivo está presente trabalhando normalmente. Já conforme o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-Ac), o percentual é de cerca de 85% de trabalhadores em serviço. A greve atinge os 26 Estados do país mais o Distrito Federal.

O movimento grevista deve ganhar força nos próximos dias com ações estratégicas realizadas pelo sindicato a fim de trazer mais trabalhadores para a greve. Na quarta-feira, 27, os grevistas visitaram o Centro de Distribuição Rio Branco. Nesta quinta, 28, estarão no Centro de Distribuição 6 de Agosto. E na sexta, 29, no Centro do Bosque.

“Temos que parar mais pessoas. Feijó, Tarauacá e Mâncio Lima já pararam 100% do serviço, aqui em Rio Branco algumas unidades estão com efetivo bem reduzido”, disse o vice-presidente da entidade, Cleyton Nogueira.

Sobre a determinação do TST, o sindicalista afirma que, por enquanto, o sindicato está cumprindo a decisão judicial. O Sintec-Ac não descarta a possibilidade de paralisação total. “Tudo vai depender da categoria, então existe a possibilidade, sim”.

De acordo com o vice-presidente, a entrega de mercadorias já está comprometida no Acre devido à greve nos grandes centros, como São Paulo e Mato Grosso. “Em Rio Branco chega em média 100 mil objetos diariamente e não está chegando mais por causa da greve de outros estados”.

Em nota, os Correios informaram que vêm realizando ações para minimizar os transtornos à população. No último fim de semana foram entregues mais de 1,7 milhão de objetos postais.

A categoria reivindica o retorno do plano de saúde, novas contratações por meio de concurso público, mais segurança no trabalho, além da falta de uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para 2018. Os servidores também alegam ser contra o processo de privatização dos Correios.

Os Correios e a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) chegaram a uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para o biênio 2017/2018, que contempla reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir do mês de janeiro de 2018 e manutenção do ACT 2016/2017. A cláusula do plano de saúde continua sendo mediada pelo TST. No momento a empresa estatal aguarda o resultado das assembleias.

Procon orienta consumidor

Com o atraso nas entregas, os consumidores acreanos devem ficar atentos para evitar eventuais encargos ou até a negativação em serviços de proteção ao crédito. O Procon-Ac recomenda que os consumidores entrem em contato com as empresas antes do vencimento da fatura e solicitem outras formas para fazer o pagamento.

“Quantos as outras encomendas infelizmente é ter paciência para aguardar que as entregas normalizem com o fim da greve. E se houver algum prejuízo comprovado, mesmo assim, acionar judicialmente os correios. No caso de greve, especificamente, não gera motivação para notificação”, explicou a chefe da Divisão de Fiscalização do Proncon-Ac, Fran Brito.

 

 

A Gazeta do Acre: