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Polícia Federal ameaça servidores dos Correios em greve, diz Sintec-Ac

O movimento grevista dos servidores dos Correios do Acre foi marcado por tumulto nesta quinta-feira, 28. Os trabalhadores decidiram paralisar as atividades e interditar a entrada e saída do Centro de Entrega de Encomendas, da Via Verde, das 8h às 15h. Porém, a ação gerou transtorno e os responsáveis pelo local acionaram a Polícia Federal.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-Ac), Cleyton Nogueira, os agentes federais alegaram que os trabalhadores estavam tumultuando o local. Cerca de 40 funcionários dos Correios participaram da ação.

“A Polícia Federal nos orientou a liberar a entrada do prédio, nós liberamos e eles foram embora. Mas eles chegaram a falar que se permanecêssemos eles nos dariam voz de prisão por perturbação da ordem. Agora está tudo bem por aqui”.

A reportagem tentou contato com a Polícia Federal do Acre por meio da assessoria de comunicação, mas não teve retorno até o momento.

A mobilização faz parte de ações estratégicas realizadas pelo sindicato a fim de trazer mais trabalhadores para a greve, decretada na última quinta-feira, 21. Segundo a empresa estatal, no Acre, 95,98% do efetivo está presente trabalhando normalmente. Já conforme o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-Ac), o percentual é de cerca de 85% de trabalhadores em serviço. A greve atinge os 26 Estados do país e o Distrito Federal.

Nogueira explica que o movimento grevista deve continuar com as ações. Nesta sexta-feira, 29, os servidores do Centro do Bosque, localizado na Avenida Nações Unidas, devem cruzar os braços das 8h às 13h.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que as federações representantes dos trabalhadores dos Correios devem garantir ao menos 80% dos trabalhadores da empresa trabalhando normalmente durante a greve, sob pena de multa diária de R$ 100 mil no caso de descumprimento.

A categoria reivindica o retorno do plano de saúde, novas contratações por meio de concurso público, mais segurança no trabalho, além da falta de uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para 2018. Os servidores também alegam ser contra o processo de privatização dos Correios.

Os Correios e a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) chegaram a uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para o biênio 2017/2018, que contempla reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir do mês de janeiro de 2018 e manutenção do ACT 2016/2017. A cláusula do plano de saúde continua sendo mediada pelo TST. No momento a empresa estatal aguarda o resultado das assembleias.

 

A Gazeta do Acre: