A Câmara de Vereadores de Rio Branco realizou nesta semana uma audiência pública para debater sobre a privatização da Eletrobras. O encontro aconteceu a pedido do vereador Eduardo Farias (PCdoB) e contou com a participação, além dos parlamentares, de representantes de classe, movimentos sociais e a sociedade civil organizada.
De acordo com o Farias, o intuito da audiência foi intensificar o debate sobre os prejuízos dessa medida e apresentar dados que comprovem que a privatização da energia causará impactos grandes em toda a sociedade.
“Precisamos ouvir a sociedade e os segmentos que a compõem para tentar, de alguma forma, barrar essa desvalorização que o governo federal tem com aquilo que é nosso. Convocamos representantes da empresa, movimentos sindicais e parlamentares para demonstrar que estão cometendo crimes contra a nação e precisamos esclarecer para a sociedade”, disse Eduardo.
Eduardo comenta, ainda, que “é importante que esse tema seja amplamente debatido para provar que a solução não é vender a energia. Temos que aumentar a resistência contra esse discurso falso do governo de que a privatização da Eletrobras é positiva”, afirmou.
O vereador Mamed Dankar (PT) frisa que a mudança pode afetar principalmente os moradores de locais de difícil acesso ou que foram atendidos pelo Programa Luz Para Todos. Segundo ele, há locais em que o serviço privatizado não é lucrativo e existe apenas por ser um serviço público. Com a privatização, a empresa pode causar o aumento da tarifa para obter lucros.
“Essa audiência foi importante para chamar a atenção da população e debater um pouco sobre a situação da Eletrobras/AC e os impactos negativos que isso pode causar, sobretudo o aumento da tarifa. A partir do momento que passa a ser privatizado a empresa vai pensar em ter lucros, e para ter lucros em locais afastados é lógico que ela vai ter que aumentar a tarifa”, lamenta.
Quanto ao assunto, o diretor-presidente da Eletrobras, Ricardo Chaves, pontuou que o programa não será afetado com a privatização. “As pessoas estão confundindo as coisas. Esclareço a todos que o programa Luz Para Todos é uma lei diferente da privatização da Eletrobras. A lei funciona como imposto de renda: você tem que pagar. Quanto à privatização, é algo consumado a sua viabilidade, e depende muito mais do governo federal do que das regionais”, disse.