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É o preço

Mesmo com semana curta de apenas três dias devido ao feriado, a Câmara dos Deputados começa a tramitação da análise da denúncia do ex-procurador da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da República e três ministros, acusados de organização criminosa e obstrução à Justiça.
A rigor, como ponderou com ênfase um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, são denúncias graves, calcadas em provas contundentes, como os depoimentos gravados e a descoberta de malas de dinheiro e outras que, por si só, já condenariam os acusados.
Contudo, pelo que se assistiu até agora, a previsão é a de que esta segunda denúncia contra o presidente e seus ministros deverá ser barrada pela Câmara como foi a primeira. O “balcão de negócios” está funcionando de novo no Palácio do Planalto para a compra de votos de deputados. Na Comissão de Justiça já foram feitos os remanejamentos devidos de parlamentares e o relator também foi escolhido a dedo para rejeitar a denúncia.
Ou seja, mais uma vez, a sociedade brasileira será frustrada em seu desejo de Justiça e o país continuará sendo governado, como consta na mesma denúncia, por “organização criminosa”. É o preço do impeachment ou do golpe parlamentar que ainda não se consumou.

A Gazeta do Acre: