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Vítima do “estado policialesco”

[dropcap]C[/dropcap]om veemência e indignação, o senador Jorge Viana denunciou da tribuna do Senado os métodos truculentos empregados pela Polícia Federal e Ministério Público na prisão do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luís Carlos Cancillier de Olivo, que o teriam induzido ao suicídio, no começo da semana, em Florianópolis.
¨Levaram o reitor e outros professores, deixaram todos nus, puseram-nos numa cela misturados com bandidos, só depois veio uma juíza substituta e os soltou, mas a destruição moral já estava feita e o reitor pôs fim à própria vida”, denunciou o senador.
Como foi divulgado, o reitor era alvo de uma investigação de desvios de recursos de bolsas de estudo.Contudo, nada ainda havia sido comprovado.Mesmo assim foi submetido a essas humilhações que lembram a tortura física ou moral a quem eram submetidos os prisioneiros políticos nos tempos sombrios da ditadura militar.
É verdade que o país está sendo governado por um presidente imposto por um golpe parlamentar e processado por corrupção, mas nem por isso a sociedade pode admitir que alguns chamados “operadores da Justiça” cometam esses tipos de arbitrariedades a pretexto de estarem combatendo a corrupção.
Sim, que se combata a corrupção com rigor da lei, mas não se pode admitir que, a pretexto disso, se instaure um “estado policialesco”, onde tudo é permitido.

A Gazeta do Acre: