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Pessoa de fé

Quantas porradas da vida são necessárias para derrubar o otimismo e esperança de dias melhores de sociedade já calejada?
Ao ler um depoimento de uma pessoa, na rede social, essa pergunta vem me martelando dia e noite.
Já fui otimista, confesso. Hoje, não mais. Tem pessoas ruins demais no mundo. Mas, pessoas com esperança no coração e alegres genuinamente me fazem repensar esse conceito lapidado ao longo dos últimos anos.
A tal pessoa que me confundiu, sofreu um acidente de moto. Quase perdeu a perna. Ficou na cadeira de roda por um ano, mas de recuperou. Recentemente, durante a audiência sobre o acidente, apesar do condutor assumir que não era habilitado, que tinha ingerido bebida alcoólica, confirmar que fugiu após provocar o acidente que poderia ter tirado a vida do jovem, no final do processo judicial, a sentença foi mais dolorosa que as cirurgias que ele fez na perna.
Mesmo assumindo o erro, o condutor não foi punido com a justificativa de que não havia como provar que ele tinha provocado o acidente.Como acreditar na justiça humana depois de um golpe como esse?
Não sei o que faria se estivesse no lugar dele. Mas, apesar de toda tristeza no olhar dele ao contar essa história, era possível ver o tamanho da força interior que ele possui. Além disso, ele afirma que não deseja o mal para ninguém. Mas, que confia na providência divina para tocar o coração daqueles que já fizeram ou desejam mal a ele.
Como não ter até uma certa inveja dessa força que apesar dos problemas nunca abaixa a cabeça ou se render a um sentimento de revolta que na altura do campeonato seria totalmente compreensível?
Espero que exista outras pessoas como esse jovem que me ensinou muito em poucos minutos de vídeo numa rede social que despretensiosamente resolvi assistir. Só com pessoas assim dá para acreditar que este mundo ainda tem jeito.
Só diante de tanta fé é possível crê em dias melhores. Dias em que o volume de notícias seja mais construtivas e que falam menos em corrupção e suas consequências.
O brasileiro merece, o acreano também…

Já fui otimista, confesso. Hoje, não mais. Tem pessoas ruins demais no mundo”

A Gazeta do Acre: