BRUNA MELLO
O Jornal A GAZETA completa neste mês de outubro 32 anos de história. O impresso, que também possui uma réplica digital desde 2010, teve a sua primeira edição publicada em 15 de outubro de 1985.
O impresso, a princípio chamado de A GAZETA do Acre, foi idealizado por Silvio Martinello e Elson Martins. Durante a primeira década, o jornal contou com a contribuição de jornalistas como Arquilau de Castro Melo, Marcos Afonso, Suede Chaves e Roberto Vaz.
Logo na primeira edição, A GAZETA do Acre mostrou sua proposta, com grandes reportagens e um jornalismo investigativo, características trazidas pelos jornalistas que criaram um dos mais famosos jornais acreanos, o Varadouro.
O periódico seguiu com uma linha editorial de resistência e, em pouco tempo, era um dos mais vendidos – 3.500 exemplares por dia, segundo Elson Martins. Hoje, apesar da redução nas vendas de jornais impressos de forma geral, A GAZETA ainda é o preferido dos acreanos.
Elson e Silvio contam que A GAZETA foi pioneira a trazer um modelo de diagramação para um jornal impresso. Também foi o primeiro a utilizar a técnica de impressão plana, 3 linotipos e com a ‘Tituleira’ eletrônica.
Ao longo dos anos, o jornal prosperou e teve avanços técnicos, empresariais e de reportagem. Aos poucos, os sócios-parceiros, inclusive Elson Martins, foram deixando o A GAZETA do Acre por se envolver em caminhos políticos, para os estudos em outras áreas e até para novos projetos jornalísticos. Mas, Silvio Martinello não abandonou o projeto.
Em 15 de março de 1998, A GAZETA, já com o nome atual, foi o primeiro jornal a ser impresso com cores. Na época, as cores deram um salto de qualidade e valorizaram a publicidade, recorda Silvio.
Grandes coberturas
jornalísticas
Já com uma linha editorial diferente, no final da década de 80, A GAZETA fez a cobertura do assassinato de Chico Mendes e acompanhou o caso até a prisão e condenação dos acusados. Na época, o jornal serviu de fonte para reportagens nacionais e internacionais sobre o caso de Chico Mendes.
A GAZETA noticiou, nos anos de 1990 e 2000, todos os acontecimentos importantes para o Acre como, por exemplo, o incêndio do prédio da Assembleia Legislativa, a morte do então governador Edmundo Pinto, a prisão de Hildebrando Pascoal, a queda do avião da Rico, bastidores da minissérie ‘Amazônia’, eleições municipais e majoritárias entre outros.
Contando com a de hoje, o jornal já tem 9.394 edições publicadas. A GAZETA ganhou vários prêmios de jornalismo e empresariais locais (Chalub Leite, do Ministério Público, IBBP, Destaque do Ano, etc) e nacionais (5 vezes finalista e 1 vez vencedor do prêmio Esso; 5 vezes finalistas e 1 vez vencedor no prêmio Embratel; além do Prêmio Mérito Lojista).
Credibilidade do impresso também no site
Com o avanço tecnológico surgiu a necessidade de levar para o meio digital toda a credibilidade adquirida ao longo dos anos. O site www.agazetadoacre.com possui um formato de fácil compreensão e, na maioria das vezes, é atualizado antes mesmo do jornal chegar às bancas.
Segundo a editora do site, Paula Martinello, a média de acessos diários é de aproximadamente 25 mil. “Oscila muito. No final de semana cai bastante, mas têm dias que o número de acesso alcança 30 mil. Temos matérias com muito acesso e outras com pouco”.
Ela destaca que notícias mais acessadas são as de polícia e política. Além disso, o site tem fanpage nas redes sociais que permite maior interação entre a editoria geral e os internautas.
A GAZETA fazendo escola
O jornal exerce um jornalismo imparcial transformando a notícia em um serviço de utilidade pública. A GAZETA sempre se preocupou com a excelência na qualidade de seus conteúdos e, por isso, tem profissionais qualificados para desenvolver o trabalho, que vai desde a sugestão da pauta, investigação dos fatos, produção da matéria, revisão, diagramação, impressão e, por fim, a entrega do período ao leitor.
Pelo jornal já passaram alguns dos profissionais mais renomados do jornalismo acreano. Como exemplo, a jornalista Silvânia Pinheiro, o jornalista Rutemberg Crisim, a jornalista Lamlid Nobre, o fotógrafo Diego Gurgel, e a jornalista Geisy Negreiros, que começou trabalhando como recepcionista e chegou a ser editora-chefe do A GAZETA.
A história de Negreiros está entre as mais marcantes. Sua primeira atividade desenvolvida foi na recepção, mas ela também atuou no setor comercial, assinaturas, classificados e outras áreas. A vontade de estagiar na redação do jornal veio no último período da faculdade, quando pediu aos donos para acompanhar os jornalistas em suas pautas diárias. A partir daí, a carreira dela deslanchou até a editoria do periódico.
“Então, tudo foi acontecendo de forma muito inesperada. Na época em que fui contratada pelo jornal, a editora era Silvânia Pinheiro. Quando deixou o jornal, me indicou ao Silvio e ele resolveu apostar em mim. Lembro que na época não me via preparada para assumir tamanha responsabilidade, mas o Martinello me deu a maior força. Ele acreditou no meu potencial. A experiência deu certo e fiquei três anos à frente da editoria do jornal”, contou em entrevista ao A GAZETA, em outubro de 2015.