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Espetáculo teatral Kanarô é apresentado nesta sexta e sábado no teatro de Arena do Sesc

 

Será apresentado nesta sexta-feira, 10 e sábado, 11, o espetáculo teatral Kanarô, no Teatro de Arena do Sesc, às 19h. O monólogo apresentado pela atriz Dani Mirini retrata a história real da jovem em busca do entendimento sobre o seu lugar no mundo da floresta, que é o seu lugar no universo interior.

É o trajeto pessoal, que vai da menina a mulher, até nascer Mirini, quando ela pode entender o mito Yawanawa Kanarô, rito de passagem para a compreensão desejada. O espetáculo é uma realização da Casa Vivarte e Grupo Vivarte em parceria com o SESC/Projeto em Cena no Arena e patrocínio do Banco da Amazônia.

Nos dias 17 e 18 próximos, o espetáculo também em cartaz. Os interessados podem adquirir os ingressos na bilheteria no teatro ao valor de R$ 20 (inteiro) e R$ 10 (estudante).

De acordo com a atriz, o espetáculo começou a ser concebido quando, em 2015, a convite de Shaneyhu Yawanawa, participou do lançamento do CD Kanarô.

“Na oportunidade em que realizei uma performance cênica com a narrativa do mito Kanarô. Convidei Shanehu para concebermos juntos um espetáculo sobre este mito envolvendo outros Yawanawa. Infelizmente, as dificuldades que a geografia amazônica impõe, principalmente, as distâncias nos impediram de dar sequência ao projeto”, explicou Dani Marini.

Mas a ideia e a vontade permaneceram na atriz e foram se remodelando com os diálogos que passou a realizar. “Em 2017, com o músico João Veras, convidado, a princípio, para pensar a estética sonora mas que, pelas circunstâncias várias do fazer teatro no Acre, passou a assumir, junto comigo, a concepção cênica e dramatúrgica deste espetáculo e, por consequência destas circunstâncias, se viu diante do desafio de dirigi-lo, além, é claro, de conceber a música” destacou Dani.

Ela ainda desta que não pode deixar de registrar a fundamental participação, no processo de concepção cênica, do experiente iluminador Luiz Rabicó e da produtora Maria Rita, entre tantos outros olhares e vozes que foram sendo acrescentados positivamente ao processo de concepção do espetáculo.

“Foi quando a dimensão antropológica – forte na ideia inicial – passou a sofrer interferências dos processos pessoais especialmente da minha relação com a cultura Yawanawa e dos seus aspectos sagrados, daí a dramaturgia se oferecer como um relato de minha experiência íntima de transformações que me impuseram significativamente o campo do sagrado feminino e a sua relação com o mundo social amazônico, este mundo que todos nós que aqui estamos vivemos de algum modo. Kanarô é muito mais que um produto do teatro acreano, é uma expressão do diálogo de culturas que nos foi possível propor de modo a respeitar as histórias e conhecimentos do povo Yawanawa dentro do universo cênico, no que resultou nesta possibilidade estética de leitura da vida na Amazônia acreana”, concluiu a atriz.

AGRADECIMENTO
Todo o Povo YAWANAWA nas pessoas Macilvo Souza Luiz Yawanawa; Eliane Luiza Yawanawa Yawanawá; Shanu Panu (Geraldina Yawanawa); Hushahu Yawanawa. Aos Pajés Tata Yawanawa, Vô Yawanawa e Tashka Peshaho Yawanawa. Além de Laura Soriano Morales, Dalmir Ferreira, Gabriela Ferreira, Duduzinho Ferreira, João Veras, Thor Veras Pimenta, Eurilinda Figueiredo Guarani Kaiowá, Konstantin Gerber, Luiz Rabico, Naya Vital, Maria Rita Rita Costa, Vitor Ribeiro, Andressa Ferrarezi, Andréa Flores, Gerente Executivo do Banco da Amazônia em nome de Edson B.Carvalho Braga, Direção Regional do Sesc na pessoa de Débora Lopes Dantas, Coordenação de Teatro do Sesc em nome do Marques Izitio, Coordenação de Designer do Sesc Deise Leite, Rozenilda Nunes Padilha e Ian Nunes Padilha.

 

A Gazeta do Acre: