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Durante visita A GAZETA presidente da Fieac, fala sobre programação dos 30 anos da Federação e comenta sobre fim crise econômica

BRUNA LOPES

O diretor geral do jornal A GAZETA, Sílvio Martinello, recebeu na manhã de terça-feira, 21, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), José Adriano Ribeiro da Silva. Temas como o impacto da reforma trabalhista, fim da crise econômica e expectativa do empresariado local para os próximos meses foram abordados.
Na ocasião também, o presidente falou com entusiasmo da extensa programação prevista para acontecer em 2018 que tem como objetivo celebrar os 30 anos de atuação e destacar a importância da Fieac no desenvolvimento do Acre.
“Enquanto Federação das Indústrias, sempre tive uma grande preocupação de que a relação com a mídia fosse de respeito. Por isso estou aqui para agradecer a parceria desses últimos dois anos. E por conta de crise econômica a Federação tem o dever de resgatar a imagem do empresário e nesse sentido a imprensa tem sido de importância nesse processo”, comentou o presidente.
A partir do ano que vem como parte da programação dos 30 anos, a Fieac visa promover a verdadeira finalidade de uma Federação.
“Trata-se da orientação de forma muito profissional voltada para o desenvolvimento baseado na vocação do Estado. Só que para isso, precisamos dos profissionais e dos meios de comunicação. Precisamos informar e comunicar melhor. As relações com as redações tem que possibilitar a passagem da mensagem que a gente quer transmitir para o público alvo”, esclareceu José Adriano.
Outra proposta para a comemoração dos 30 anos da Fieac é resgatar de que forma o Estado chegou a onde está e qual a influência da Federação ao longo dos anos e na construção do Acre. “Hoje somos apenas uma instituição que representa os empresários. E esse trabalho de resgate vai ocorrer através da mídia”, destacou o presidente.
A Federação está passando por transformações e algumas avalições já provam isso. Recentemente foi divulgado que o SESI e o SENAI do Acre estão entre as entidades do Sistema Indústria mais bem avaliadas em todo o país, de acordo com pesquisa de opinião do Ibope.
O estudo foi realizado com empresários e comunidade em geral, sendo recebido com grande satisfação pelos gestores do Sistema Fieac, que comemoraram a boa imagem que tanto têm se esforçado em alcançar em sua trajetória local.
“Nós acreditamos que precisamos prestar um bom serviço com a competitividade sempre estando no nosso retrovisor, mas sem esquecer que temos uma atribuição e finalidade exatamente de atender o industriário. Com isso, a obrigação de gratuidade, TCU e CGU que nós temos dentro da instituição, traz um nível de profissionalismo muito grande de gestão. Mas, precisamos passar isso para a população”, comentou José Adriano.

Relação com
o governo
Quando perguntado sobre a relação da Fieac com o governo do Estado, José Adriano ressaltou que não qualquer interferência, mas quando o assunto é parceria, ele falou com tranquilidade que a federação será parceiro de qualquer governo desde que ele esteja a favor da indústria.
“Como é o caso do governo Tião Viana, que dentro da Frente Popular, foi o que mais trabalhou pela indústria. Tanto que desde o primeiro dia de mandato tenta consolidar uma base industrial mais perene. Como é o caso de investimentos como a Dom Porquito ou Peixes da Amazônia que sofrem fortemente as consequências da crise que se instalou no país”, falou José Adriano.
A parceria também se estende a prefeituras dos municípios acreanos. “Temos um respeito muito grande com o governo e também com as prefeituras de todos os municípios. Numa relação de transparência no sentido de ajudar as prefeituras. A gestão desses municípios me preocupa muito porque nós temos uma capital muito adensada, por conta da vinda de empresários e famílias que buscam melhores condições de vida na Capital e Rio Branco não está correspondendo com a infraestrutura necessária, como saúde, educação e lazer”, analisou.

Fim da crise
econômica?
Para o presidente da Fieac, a economia já dá indícios de recuperação. “Hoje eu tenho todas as garantias, sem ser filosófico. Se compararmos as crises anteriores, o máximo de encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 10% e atualmente já ultrapassamos esse percentual. Então o limite de uma sociedade ocorre em função dessa situação, após um susto, o corpo de enche de adrenalina e fica estático, foi assim que ficamos em 2014”, relembrou.
O presidente alega ter sido difícil aceitar que a ex-presidente Dilma Rousseff tenha sido tão negligente com a economia.
“Naquele momento ela levou o empresariado a beira do abismo, sem avisar que havia um abismo. E os investimentos planejados já estavam traçados para o futuro, considerando que a economia continuaria em ascensão. Porém, ao fim da eleição, no dia seguinte, os bancos retiraram o capital de giro da praça. Diante desse cenário, com o empresariado tendo que pagar direitos como o 13° salário e de uma hora para outra todo mundo ficou sem condições”, relembrou José Adriano.
No Acre, a construção civil que tem maior capilaridade na distribuição de renda sofreu o maior baque. “De uma hora para outra todo mundo ficou em condições. Os programas foram descontinuados e isso virou uma bola de neve”,
Recentemente, os números apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o PIB do Acre foi crescente. “E isso é novidade. Do ponto de vista do empresário já temos indicadores que a confiança melhorou e isso mostra uma reinvenção dos empresários, após a crise. Estou otimista sim, apesar das dificuldades na parte de investimentos”, falou com otimismo José Adriano que possui formação acadêmica em Matemática.
Mudanças impostas pela reforma trabalhista

A reforma trabalhista que começou a vigorar no Brasil no último dia 11, ainda é tabu para alguns empresários. Por isso, a Fieac está se preparando para esclarecer todas as dúvidas de seus pares, pro meio de seminários.
Vale ressaltar, que as mudanças impostas pela reforma são de 200 artigos, mas em contrapartida trata-se de uma lei de 1943.
“Então foi muito pequena as mudanças dentro daquilo que seria o ideal. Mas, eu acho que é positiva e necessária. Agora o que vai dar a segurança dela ser uma boa proposta é o entendimento da aplicação das novas medidas, porque eu não posso pensar em fazer aplicação dela de forma retilínea”, esclareceu o presidente.
Sobre a terceirização, Jose Adriano é enfático ao afirmar que trata-se de um avanço estrondoso.
“Devido à nova medida ocorre a obrigação de fazer uma avaliação do terceirizado, porque se você contrata uma pessoa que contra uma terceira, eu tenho que ser responsável solidário. Então tenho que dizer que a pessoa que contratei tem que dar o Equipamento de Proteção Individual (EPI), capacitar, além de manter o emprego e o salario em dia além do pagamento de encargos. Nesse ponto é que na minha avaliação terá que ganhar maturidade daqui para frente”, esclareceu José Adriano.

Operação G7 é caso encerrado?
Quando perguntado sobre a Operação G7, desencadeada pela Polícia Federal em 2013 e que resultou na prisão de 15 pessoas, incluindo empresários, servidores públicos e secretários de estado da época, o presidente da Fieac comentou aliviado e ressaltou que nunca se esquivou de falar a respeito.
“Graças à Deus nós vencemos isso. Eu sempre soube que se tratava de uma injustiça por desconhecimento. O Ministério Público começou uma investigação de maneira equivocada e a Polícia Federal foi ingênua pegou essa interpretação e transformou em crime”, sintetizou José Adriano.
De acordo com ele, a primeira providência ao sair da prisão, foi pedir por meio da justiça que obrigasse as instituições que lideravam a Operação a apresentar as provas. “Sempre tive a cabeça erguida sobre esse assunto. O prejuízo foi feito e é irreparável, mas conseguimos provar pelo que a gente entendia, sem precisar recorrer a advogados de fora do Estado”, comentou José Adriano.
Passado esse episódio, o presidente da Fieac fez questão de ressaltar que atualmente não há qualquer mal-estar entre as instituições. Muito pelo contrário. “Auxiliei a desembargadora Cezerinete Angelim, enquanto estava na presidência do Tribunal de Justiça (TJAC), com convênios e reforma de presídio.
Já com a atual presidente do TJAC, José Adriano afirma que tentou promover alguns encontros, mas por não conciliar as agendas entre os dois, ainda não foi possível.
“Não tenho qualquer receio e não guardo mágoa de ninguém. Só acho que quando você promove uma matéria e gera credibilidade a ela, o risco é muito grande se for feito de maneira leviana. Vidas podem ser destruídas, sem a condição de resgatar nada”, completou o presidente.

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