O Acre permanece com o combustível mais caro do Brasil. E os consecutivos aumentos vêm pesando no bolso do consumidor. No último final de semana os postos da capital reajustaram o valor da gasolina, que já ultrapassa R$ 4,70 podendo ser encontrada até de R$ 4,80.
Os aumentos não param por aí. A Petrobras anunciou mais um reajuste da gasolina em 1,2% nas refinarias a partir desta terça-feira, 14. O preço do óleo diesel deve diminuir 0,2%. O reajuste faz parte da nova política de revisão de preços da estatal anunciada no final de junho.
Agora, a área técnica de marketing e comercialização da Petrobras pode realizar ajustes de 7% para mais ou para menos sempre que necessário. Anteriormente o reajuste ocorria pelo menos uma vez por mês. Desde a mudança, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) tem registrado recordes no preço do combustível.
Segundo a ANP, o preço médio do litro da gasolina subiu 1,44% na última semana e atingiu uma média de R$ 3,93 no Brasil. Esse é o maior valor registrado neste ano. Em Rio Branco, até semana passada o preço médio da gasolina era de R$ 4,40 enquanto em Cruzeiro do Sul a média era de R$ 5,16, de acordo com o último levantamento feito pela Agência.
Em nota, o Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre (Sindepac) se posiciona contra a nova política de preços adotada pela Petrobras, acrescentando ser “preocupante” a atual situação.
A entidade destaca ainda que os tributos cobrados sobre os combustíveis (PIS/Confins/CIDE/ICMS) representam cerca de 50% do preço final repassado ao consumidor. A recomendação do Sindepac é pesquisar o preço em vários postos antes de abastecer.
“Cada revendedor tem liberdade de praticar o preço que é mais viável e atrativo a seus clientes. Nesse momento, onde há redução do consumo, a concorrência aumenta”, diz a nota.
A servidora pública Maria Conceição, 56 anos, conta que há um mês reduziu as saídas de carro. A situação deve ficar pior com os novos aumentos previstos para os próximos dias. “Não consigo manter a mesma rotina que antes. Ou eu diminuía as saídas ou no final do mês o salário seria todo para abastecer meu carro. Agora, só uso o carro para o essencial”, disse.
Alternativa para economizar
Quem tem sorte são os motoristas de Foz do Iguaçu que cruzam a fronteira para abastecer no Paraguai. Lá, segundo publicado pelo Correio Brasiliense, a gasolina comum varia de R$ 2,62 a R$ 2,80, enquanto na cidade brasileira o litro custa R$ 4,09 ou mais. Do lado paraguaio é possível encher um tanque de 43 litros por R$ 113,50. Já no lado brasileiro, a mesma quantidade de combustível sairia quase R$ 60 mais caro. Sem opções mais atrativas, os rio-branquenses precisam seguir a recomendação do Sindepac e pesquisar o melhor preço.