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Projeto conscientiza crianças sobre cuidados e guarda responsável de animais

BRUNA MELLO

Estimular o cuidado com os animais desde a infância. Esse é o principal objetivo do projeto de extensão Arca de Noé, coordenado pelo professor Rogério Barroso, do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Acre (Ufac). A iniciativa conta com uma equipe formada por cinco acadêmicos.
A ideia é desenvolver atividades que expliquem conceitos de bem-estar animal e guarda responsável de animais para crianças, de forma lúdica.
“O Arca de Noé surge como uma parte de um projeto maior, que envolve o controle de natalidade de cães e gatos em Rio Branco. Só a castração dos animais não resolve o problema da população dos cães de rua. É preciso uma campanha de guarda responsável, que seria não deixar seu animal solto na rua, levar ao veterinário, fazer as vacinas. O objetivo inicial é sensibilizar as crianças para que elas se tornem multiplicadoras junto aos adultos”.
A primeira atividade do projeto ocorreu na escola Clínio Brandão, onde foi realizada uma apresentação de teatro que contou a história de uma família que adota uma gatinha e depois a abandona. Em seguida ela é retirada da rua por uma segunda família.
“Chegou um momento que as crianças eram convocadas a ajudar a cuidar da atriz, que faz o papel de uma gatinha abandonada. É sempre uma grande incógnita e um grande prazer trabalhar com crianças. A criança é muito espontânea, então foi muito bacana. Isso é uma coisa que eu converso muito com os alunos, que ao fazer uma pergunta a uma criança, as respostas podem vir as mais variadas possíveis. Os alunos precisam estar preparados e ter um jogo de cintura para lidar com isso. Foi fantástico”.
Barroso conta que o projeto também alcança alunos do ensino médio. Para 2018, estão previstas 20 palestras. As escolas que tiverem interesse devem se informar pelo e-mail vetbarroso@yahoo.com.br.
O projeto ‘Castramóvel’
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, há cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil. Destes, 20 milhões são cachorros, enquanto 10 milhões são gatos. Os números são de 2014, por isso é provável que a situação esteja muito pior.
“Esse é um problema mundial, e no Brasil ele se apresenta de uma forma muito mais abrangente. Em Rio branco, muito semelhante ao restante do país, nós temos duas populações distintas: cães abandonados e os cães semi-domiciliados, que são os cães que têm casa, mas o proprietário solta pra ele passear na rua. Estes entram no mesmo problema dos que são de rua porque eles cruzam de uma maneira desenfreada, transmitem doenças, podem agredir outros animais e seres humanos”.
Empenhados no controle da natalidade de animais na capital acreana, a equipe está conversando com parlamentares para obter recursos financeiros e dar continuidade ao projeto. A previsão é que em 2019, o ‘Castramóvel’, ônibus adaptado para realizar castração gratuita em todo o estado, já esteja funcionando. “Será um ônibus todo adaptado e com a estrutura necessária para fazer esses procedimentos”.

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