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Vocalista do Los Porongas, Diogo Soares, fala sobre importância da arte diante de tantas crises e comentou mudanças ocorridas nos últimos 10 anos

Para comemorar os 10 do lançamento do primeiro do disco da banda de rock acreana Los Porongas reuniu amigos e fãs para comemorar e relembrar os primeiros sucessos, na última sexta-feira, 8. Em entrevista ao jornal A GAZETA, o vocalista da banda, Diogo Soares fez alguns apontamentos sobre as mudanças ocorridas ao longo desse período.

O Los Porongas surgiu no Acre, em 2003, e colocou o Norte do país no mapa da música pop brasileira. E ano que vem a banda completa 15 anos. Diogo não descarta um show comemorativo.

Após o reencontro ocorrido nesta sexta-feira, o vocalista estima que mudanças podem ocorrer. “Hoje o Los Porongas passa por um momento de transição. Eu estou no Acre e o restante da banda está em São Paulo. Cada um está cuidando dos próprios projetos e respeitamos isso. Mas, um reencontro como o que tivemos aponta um novo caminho. Quem sabe um novo disco?”, brincou Diogo.

A formação original da banda fez questão de se reunir e presentar os fãs com um show com as músicas que compõe o disco intitulado Los Porongas. “O reencontro do disco que mudou a vida da gente”, completou Diogo.

Sobre as mudanças ocorridas no país ao longo desses 10 anos, o artista avaliou que nesse período o panorama político e social no Brasil mudou e mudou para pior.

“Quando começamos era outro momento. Ao passo que a carreira da banda foi acontecendo, houve um movimento por todo o país de embrutecimento e entorpecimento das pessoas. Uma tendência maior ao conservadorismo e discursos de ódio. O que você ver é uma descrença nas instituições públicas. Por mais que a situação tenha mudado, fruto da crise econômica, política e existencial do ser humano. As pessoas estão doentes por dentro”, analisou.

Diante desse cenário, Diogo é otimista ao comentar o papel dos artistas. “E algo que dá força para continuar a fazer o nosso trabalho como artista é que sempre forçar o lado da tolerância, do diálogo, do amor, da amizade, da coletividade e da união. É isso que uma banda de rock representa. Nossa causa sempre foi essa da arte, da sensibilidade”, comentou.

Então diante desse quadro que a gente vive que não o feliz e alegre, a gente continua a fazer o nosso trabalho que é um trabalho de guerrilha, de nadar contra a correnteza, ressaltou o vocalista. “E acreditando firmemente que só isso vai fazer com que a gente chegue a um momento de mais paz, amor e compreensão e sensibilidade. Hoje as pessoas estão se tornando rinocerontes e a música ou a arte tem o poder de tirar essa carapaça e mostrem por dentro, assumindo o que elas são, sem ficar se importando com a vida dos outros”, destacou Diogo que deve gravar um disco solo em 2018.

“Estou sentindo essa necessidade fazer algo diferente dos Porongas”, relatou.

Sobre as músicas do primeiro álbum da banda, Diogo é enfático ao dizer que cada uma tem uma pegada diferente. “Mas, algumas foram aceitas pelo publico de maneira diferente. Como por exemplo, Nada além e Enquanto Uns Dormem são duas músicas que são muito especiais”.

Sobre o público dos Porongas que é bem diversificado, Diogo fala com emoção. “Desde o início percebemos que o público era formado por jovens e crianças. Hoje algumas daquelas crianças lá de trás já têm filho. E a cada novo show, percebemos essa característica.  Então sim, 10 anos se passaram”, concluiu.

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