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Mãe de adolescente atraída pela prima para ser morta diz que as duas cresceram juntas: ‘estou com ódio’

“Estou com ódio dela. Ela cresceu aqui dentro de casa brincando com minha filha. Meu rancor é que ela mentiu para mim. Viu meu desespero e negava tudo”. O desabafo é da mãe da adolescente, Cirlândia dos Santos, morta com 16 facadas em Cruzeiro do Sul.

Auine lima, de 14 anos, foi morta em uma casa abandonada no bairro Aeroporto Velho. Nesta terça-feira, 5, cinco menores foram apreendidos e uma jovem de 19 anos detida. Entre os menores, a prima de Auine, que tem 13 anos e é apontada pela polícia como a responsável por ter levado a jovem para os seus assassinos.

É sobre essa prima que a mãe desabafa. Cirlândia diz que viveu a pior noite de sua vida e que jamais perdoará a sobrinha. A jovem de 19 anos confessou ter desferido as primeiras duas facadas na vítima e o crime foi encomendado por uma facção criminosa.

“As duas eram muito amigas. Não sei nem o que falar. Estou com ódio dela. Minha filha saiu de casa para ir na casa da prima. Ela ligou três vezes pedindo para a Auine ir à casa dela. Na terceira vez, disse que iriam a um brechó e acabei consentindo”, relembra a mãe.

Cirlândia diz ainda que não perdoa os assassinos da filha e que sempre pensa em tudo que a filha teve que passar.

“Meu coração está cheio de ódio por cada um deles. Fico imaginando o sofrimento dela sendo esfaqueada, sem ninguém para lhe socorrer. O que eles fizeram não têm perdão. No céu podem ser perdoados, mas jamais perdoarei quem tirou um pedaço de mim. Minha filha tinha a vida inteira pela frente”, lamenta.

O delegado que investiga o caso, Luis Tonini, disse que a menina não sumiu no caminho entre as duas casas, mas que foi atraída para o local onde foi morta.

Ele diz que Auine estava na companhia da prima e do namorado dela [prima] e juntos foram para um igarapé no bairro São José. Lá, a menor encontrou outros jovens e foi levada por eles até uma casa em construção no bairro Aeroporto Velho, onde foi morta.

“Ela [prima] provavelmente tem participação e, desde o início sabia que a garota não estava desaparecida. Foi ela que levou a Auine para as pessoas que mataram ela. Então, provalmente ela sabia o que ia acontecer. Ela não estava no local, na hora, mas foi ela quem levou a garota para quem a matou”, afirmou o delegado.

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