Nos últimos 10 anos, 215 pessoas morreram por afogamento em Rio Branco
A Câmara de Rio Branco aprovou o Projeto de Lei que institui o Programa Municipal de Segurança Aquática. De autoria da vereadora Elzinha Mendonça, a matéria, apreciada antes do recesso parlamentar, tem o objetivo de realizar campanhas visando orientar sobre os riscos de acidentes aquáticos e afogamentos.
O PL determina também a criação da Semana de Prevenção Aquática, com diversas ações voltadas para a conscientização e prevenção visando a segurança dos banhistas e praticantes de atividades aquáticas nos rios, igarapés, açudes e em estabelecimentos com piscina e similares.
“Precisamos intensificar as campanhas educativas, informativas e de alerta para que as pessoas tomem cuidado. Não se pode misturar bebida alcoólica com lazer aquático, sob pena de pagar com a própria vida. É uma proposta voltada tanto para o período de estiagem quanto de cheia”, disse.
De acordo com Mendonça, a Semana de Prevenção acontece em agosto. “O verão amazônico, período de poucas chuvas e seca no estado, é quando ocorre mais afogamentos em Rio Branco. Julho e agosto são os meses críticos onde a incidência se torna frequente. Os rios baixam o volume de água e aumentam as áreas de praias. As pessoas procuram esses locais para se banharem e acontece mais acidentes”.
Um levantamento do Corpo de Bombeiros aponta que, nos últimos 10 anos, 215 pessoas morreram por afogamento em Rio Branco. Somente este ano, até a primeira quinzena de novembro, cerca de 12 pessoas foram vítimas das águas em rios, igarapés e açudes na capital acreana. O número, apesar de ser menor do que em 2016, quando 18 óbitos do tipo foram registrados, ainda pode aumentar.
O major do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão, explica que para cada óbito, 10 afogamentos sem mortes são contabilizados. Ou seja, das 12 mortes registradas este ano, pelo menos 120 afogamentos ocorreram em Rio Branco sem vítimas fatais. De acordo com ele, falta de supervisão, consumo de bebidas alcoólicas, etnia rural, faixa etária e renda socioeconômica são alguns dos principais motivos das mortes.
“Em todos os anos se repete a mesma estatística. As principais vítimas são homens de 17 a 27 anos. Os homens têm seis vezes mais chances de se afogarem do que as mulheres. Se reenquadrarmos esse índice na faixa etária de 20 a 24 anos, esse número sobe para 17 vezes. O principal fator dessas mortes é a faixa etária. O segundo mais frequente é o consumo de bebidas alcoólicas”, afirma Falcão.