Desde os primeiros pais humanos, passando pelos tempos dos “flintstones” temos sido péssimos administradores do lugar, que por desígnio, habitamos. Especialmente, se tomarmos como exemplo a realidade do Haiti e da Etiópia, que são verdadeiros infernos.
Essas tragédias que assolam o mundo faz com que as teorias de famosos ateístas, do passado e do presente, caso específico de Voltaire, digam que este mundo presente não é o melhor possível. Em outras palavras, mesmo as estatísticas anunciando que estamos experimentando um percentual a menos de assassinatos, ou um estupro a menos, bem como a diminuição das guerras e da crueldade do homem, Voltaire, diria que o mundo ainda não seria o melhor lugar de se viver. Contudo, é uma questão lógica, que o mundo terráqueo, até aqui, é o único lugar onde a raça humana pode sobreviver.
O filosofo existencialista Martin Heidegger (1889-1976) dizia que o mundo existe como conjunto de coisas utilizáveis. O sentido das coisas equivale em ser utilizadas pelo o homem. O homem, portanto, não é um expectador ou contemplador do grande teatro do mundo. O homem é um ser-no-mundo, envolvido nele e em suas agruras. Por outro lado, a raça humana compreende uma coisa quando sabe o que fazer dela. O ser humano em sua dimensão de pluralidade é um ser-com-os-outros e para-os-outros, asseverava Heidegger, a isto chamamos de convivência social. Este convívio, desgraçadamente, por causa do “natural” egoísmo do homem, provoca, inevitavelmente, confrontos e disputas, onde o mais forte e o mais esperto se beneficiam, provocando situações injustas.
Sendo assim, é o que repito sempre por aqui, fica claro aos olhos de qualquer leigo, um problema que sobeja a todos os demais. Trata-se da determinação do lugar que o homem ocupa na natureza e das suas relações com o universo das coisas; por exemplo: quais são os limites de nosso poder sobre a natureza, pois o que se vê é o homem usando e abusando do reino natural dos minerais, da flora e da fauna. Exploração predatória que só visam os lucros para se gastar com o desnecessário.
Essas tantas discrepâncias, envolvendo presunções ateístas, abrange também a questão da transitoriedade do planeta terra. Isto é: Quanto tempo, ainda, o mundo vai “sobreviver” ou resistir os maus tratos dos humanos? Afinal, essa idéia de que o mundo ou o Planeta Terra foi criado para ter uma duração limitada, tem, igualmente, como base o pressuposto das Sagradas Escrituras: “O mundo passa…” já dizia o Apóstolo João.
No entanto, as teorias ateísta, são corroboradas por recentes estudos e provas da Ciência, que chegou à conclusão de que o Planeta Terra vai, um dia, acabar. A margem de anos, para que esse fato ocorra, é longa. São séculos à frente da atual geração. Contudo, vai acabar!
Cá entre nós, é notório que os elementos de sustentação do Planeta Terra, só para falar do nosso habitat, estão se exaurindo. A Terra madre está cansada. Há carência d’água. O ar que respiramos é precário, especialmente em épocas de queimadas. Os rios e igarapés que sobrevivem à sanha assassina dos homens estão a fenecer. ”Entrou em cheque” diria Leonardo Boff.
Assim, as nossas esperanças, utópicas, sobretudo de homens e mulheres de boa vontade, de que o amanhã será melhor se renovam, mas o mundo está mais velho. Essa verdade nos remete e faz com que reflitamos sobre as sábias palavras do Rei Salomão, ponderando teologicamente sobre o intento soberano de Deus, ao concluir que todos os acontecimentos da vida são divinamente ordenados. Isto é, tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Existe tempo para nascer, e tempo de morrer (Eclesiastes). O próprio mundo passa por grandes sussurros, chamados “anos”, durante os quais sucedem muitas coisas: Umas más, outras boas.
“Apesar dos pesares”: Feliz 2018!