Em 2015, chegava ao Comando-Geral da Polícia Militar do Acre (PM/AC) o coronel Júlio César. Natural de Rio Branco, filho de Cleonice dos Santos e pai de dois filhos, o agente público tinha pela frente a missão de lidar com os desafios propostos pela gestão de segurança, a qual escolhera como missão para a vida.
Essa missão já perdura por mais de 20 anos. E continuará sendo assim, segundo afirma, mesmo neste momento em que se afasta do cargo e entra para a reserva remunerada. “Deixo o comando com a sensação do dever cumprido e permaneço totalmente à disposição da corporação”, enfatiza.
O sentimento ao olhar para trás não podia ser diferente. Júlio César deixa sua marca e legado à história da PMAC, sobretudo pela árdua luta travada frente ao cenário de crise financeira instaurada no país, ao mesmo tempo em que se precisava combater o crime organizado no estado.
Entre seus feitos, destacam-se a ampliação do quadro funcional da corporação, diminuindo o intervalo de ascensão entre as patentes, o que possibilitou a maior promoção de militares da história da PMAC, sem falar no novo plano de cargos e carreiras da corporação, aprovado em 2016, em que o salário inicial subiu para R$ 5 mil, tornando-se um dos cinco melhores salários do país.
Além disso, foram realizados dois concursos para praça e um para oficial combatente, cujos profissionais ainda estão na academia de formação.
Mas a grande conquista que marcou sua gestão, ele revela: “O maior trunfo foi a parceria do povo acreano, que tem expressado sua admiração e respeito pela sua polícia. Um povo que enxerga as dificuldades, mas que também sabe reconhecer o trabalho dessa instituição, que tem buscado a aproximação com a comunidade, de uma polícia cidadã que respeita, sobretudo, os direitos humanos”.
Integração das forças
Em mais de três anos no Comando-Geral, Júlio César viu as forças de segurança darem as mãos por uma causa em comum: o combate à criminalidade. Segundo ele, há de se destacar, portanto, o trabalho desenvolvido na área preventiva, como projetos sociais que envolveram nesse período milhares de crianças e adolescentes, a exemplo do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).
“É olhando para os resultados que o sentimento hoje é de agradecimento em todos os sentidos. Ao governo, pela confiança depositada, ao secretário de Segurança Pública Emylson Farias, pela parceria juntamente com todos os órgãos que compõem o Sistema de Segurança Pública [Sisp], e tantas outras instituições de demais esferas públicas e privadas que fortalecem nosso trabalho. Agradecimento, principalmente, à tropa, que está na rua diariamente dando respostas à população”, enfatiza.
Junto com o cargo, Júlio César também repassa os desafios da segurança pública ao seu sucessor. E a seguinte mensagem: “Conseguimos até aqui transpor a crise, mas continuamos com o maior desafio da segurança, que é a redução de homicídios e o combate ao narcotráfico nas fronteiras. É nesse sentido que desejo sucesso ao novo comando, tendo em vista que toda mudança é necessária, importante e natural. A mudança sempre representa novas lutas e novos empenhos, e na área da segurança, sempre tem o mesmo objetivo, de trabalhar em prol da sociedade”.
Uma longa trajetória
A história do coronel começou lá em 1992, como oficial da Companhia de Rádio Patrulha. No ano subsequente, comandou o Pelotão da PM em Feijó até 1996, mesmo período em que foi oficial fundador do Comando de Operações Especiais (COE).
Nos últimos 17 anos, Júlio César esteve à frente do Comando da Companhia de Trânsito, Companhia de Guarda Penitenciária, do 1° e 4° Batalhão, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Comando Operacional II de Cruzeiro do Sul, da Corregedoria-Geral da PM e da chefia do gabinete militar na Casa Civil, até chegar ao Comando-Geral da corporação.
Possui curso de Formação de Oficiais pela Academia de PM da Bahia, de Aperfeiçoamento de Oficiais pela Academia de PM do Ceará e Curso Superior de Polícia pela Academia Coronel Walter, do Rio Grande do Norte. (Rayele Oliveira / Agência Acre)