BRUNA MELLO
O valor das mensalidades escolares teve um reajuste médio, que vai de 5% a 12%, para o ano letivo de 2018, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Acre (Sinepe/AC).
A vice-presidente do sindicato, Elandia Dantas, explica que a instituição elabora uma planilha e determina o percentual de reajuste para justificar o aumento para a Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/AC). A partir daí, cabe ao órgão analisar as planilhas e autorizar ou não o aumento.
“A planilha existe para justificar o aumento. Se a escola for ampliar a biblioteca ou colocar um diferencial dentro da escola, isso vai gerar um custo, que vai ser repassado aos alunos. Depois, o Procon avalia e vê se está dentro da lei e aprova”.
Até o momento, o Sinepe/AC possui 12 escolas sindicalizadas em Rio Branco. Este ano, devido à crise econômica, as instituições fizeram um reajuste menor, de acordo com a vice-presidente. Em outros anos, o percentual variava de 8% a 15%.
Ainda segundo a entidade, as mensalidades podem variar de R$ 400 a R$ 2 mil. O que para muitos pode ser um valor exorbitante para a maioria dos pais trata-se de um investimento. É o caso da estudante Ana Paula Gadelha, 28 anos, mãe do pequeno Pedro Lucas, que estuda há quatro anos em escola particular.
A mãe conta que todo ano a escola reajusta o valor da mensalidade. Em 2018, a mensalidade escolar de Pedro subiu R$ 30. “Se colocar na ponta do lápis por mês faz uma falta significativa”.
E apesar de apertar um pouco o orçamento, Gadelha afirma estar fazendo um investimento. “Hoje em dia tudo aumenta. Então, pra mim, é válido no que diz respeito à educação. É um investimento. Faz falta, mas pra dar um ensino de qualidade para o filho, nós cortamos alguns gastos”.
Para a mãe de primeira viagem, Mariana Oliveira, 24 anos, o baque foi ainda maior. Em 2017, ela tentou vaga em escolas públicas e creches, mas, por causa da pouca idade da filha, não conseguiu. Decidiu pesquisar o preço das mensalidades em escolas particulares e preferiu esperar mais um ano para matricular Laura, de 3 anos.
“O preços estavam totalmente fora do meu orçamento. Achei melhor aguardar e imaginei que esse ano fosse diminuir. Quando fui procurar, o susto foi ainda maior. As mensalidades tinham aumentado bastante. A minha intenção era matricular em alguma escola de tempo integral, mas foi impossível. Os valores estão exorbitantes, totalmente fora do meu orçamento. Então, optei por meio período. Ainda assim, vou ter que cortar vários gastos pra poder mantê-la na escola”.