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Procura por academia cresce cerca de 40% em janeiro, diz educadora física

BRUNA MELLO

Todo início do ano é a mesma coisa. A maioria das pessoas começa a relembrar as promessas feitas no ano anterior, aquilo que foi cumprido ou não e, claro, a estabelecer novas metas. Muitas vezes, a sensação é de que um ano não é tempo suficiente para colocar tudo em prática.
E por falar em promessas, é impossível esquecer aquela velha meta de voltar para academia, iniciar uma atividade física ou emagrecer. Segundo a educadora física Leuda Melo, a procura por academia aumenta cerca de 40% em janeiro. A maioria dos novos alunos são mulheres.
“Começar não é difícil, até porque você fica empolgado com aquilo que quer conquistar. Agora, manter não é fácil porque é preciso ter aquilo como rotina e, geralmente, as pessoas dão prioridade a outras coisas. A primeira coisa que a pessoa abandona quando tem algum problema é a academia, mesmo sendo o que ela mais quer continuar.”
Basta visitar qualquer academia para comprovar que o movimento é intenso durante o primeiro mês do ano. Contudo, janeiro não é o único mês. A professora explica que os meses de junho e julho também são considerados de alta temporada nas academias.
A dica para quem quer começar a fazer musculação, por exemplo, é iniciar as atividades aos poucos. “O ideal é que você comece a fazer academia três vezes na semana e nos outros dias fazer alguma outra atividade de lazer. Assim você mantém seu corpo em movimento todos os dias”.
Ter um parceiro de treino também ajuda a manter a rotina de exercício. “Chamar alguém que você goste muito, um melhor amigo, alguém da família que você queira ajudar. Você usa a pessoa a conseguir a meta dela e se ajuda também. Sempre digo para meus alunos ‘pegarem alguém pra cuidar”, sugere Leuda.
Praticar exercício físico regularmente vai além da busca por um corpo bonito. Os benefícios são inúmeros como: melhora na disposição física, regula o sono, reduz o colesterol ruim, previne diabetes, entre outros.
“As pessoas têm que entender que estética é consequência de uma qualidade de vida, de saúde. Quando você melhora seu condicionamento você fica mais disposto, seu humor muda, você se relaciona melhor e, consequentemente, seu corpo começa a responder. A rotina de movimento é importante para seu corpo se acostumar a ser mais saudável.”
Para Leuda, um dos principais motivos que levam os alunos a desistirem da academia é a demora nos resultados. “Tem muita gente que não vê diferença na balança e isso acaba desestimulando o aluno. Muitas pessoas passam três semanas na academia, não perdem nada na balança e acham que não está acontecendo uma mudança. Primeiro que essas primeiras semanas são de adaptação para seu corpo entender que sua rotina está mudando”.

“TÁ PAGO”
A primeira coisa que vem à mente quando se fala em academia é uma foto no espelho com a legenda “Tá pago”. O que para muitos é motivo de piada e memes na internet funciona como incentivo diário para continuar com a rotina de treinos, de acordo com a educadora física.
“A foto é um estímulo também. Quando você publica que tá pago, as pessoas também te cobram se você não vai. Além disso, você consegue notar as mudanças pelas fotos do antes e depois. A mudança de composição corporal sempre é maior do que a balança mostra.”

Família fitness
2018 começou a todo vapor para a professora Luzineide Lima Rodrigues, 39 anos, que depois de um tempo afastada da academia resolveu retornar as atividades com a filha, a servidora pública Larissa Diniz, 23 anos.
A jovem conta que, entre idas e voltas, já tem três anos de academia. E sempre com o mesmo objetivo: emagrecer. Além das mudanças físicas, ela notou que sua disposição aumentou, os sintomas da TPM diminuíram e até a qualidade de sono melhorou.
“Sinto muita falta quando não posso vir. Sou uma pessoa muito preguiçosa, mas geralmente a academia é uma coisa que eu não tenho preguiça de fazer. A preguiça é só chegar até aqui, mas depois que estou aqui é ótimo. Agora eu pretendo continuar. O projeto 2018 está de pé.”
As duas são parcerias de treino e se apoiam quando a preguiça começa a dar os primeiros sinais. “Ajuda muito! O fato de ter alguém que te incentive a vir ajuda. É tanto que quando ela não vem eu falto mais do que quando ela vem, a mesma coisa ela. Inclusive tenho dois amigos que querem começar por causa que eu estou fazendo”, acrescenta Diniz.

Fabiano Azevedo: