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Reajuste no salário de aposentados e pensionistas causa revolta em Rio Branco

BRUNA MELLO

Este ano, os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham acima de um salário mínimo terão o menor reajuste desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Até então, segundo a série histórica, o menor reajuste aplicado foi de 3,30%, em abril e 2017. Este ano, os segurados receberão apenas 1,88% de aumento – percentual que também deve incidir sobre o teto dos benefícios pagos pela Previdência Social.
Já os aposentados e pensionistas do INSS que recebem o piso devem ter aumento de apenas 1,81% este ano, devido ao reajuste aplicado sobre o salário mínimo que vai subir de R$ 937 para R$ 954. O decreto deverá ser assinado por Michel Temer ainda na primeira quinzena de janeiro. Após publicação, todos os pagamentos são feitos retroativos a 1º de janeiro.
Como esperado, tanto o reajuste dos aposentados e pensionistas como o do salário mínimo deixou muita gente revoltada. Para a aposentada Rosalia Lopes, o reajuste não acompanha o aumento do custo de vida. Passagem de ônibus, preço do gás e da gasolina são alguns dos aumentos citados por ela.
“O ano mal começou e já recebemos notícia ruim. Não consigo entender como a inflação diminuiu se o preço das coisas está cada dia maior. Esse aumento não vai fazer diferença nenhuma”, desabafou.
O aumento do salário mínimo também não foi bem aceito pela população. Afinal, o que comprar com R$ 17? Em Rio Branco, esse valor consegue pagar quatro passagens de ônibus e uma bananinha para comer no trajeto.
Segundo o governo, o reajuste foi mais baixo porque a fórmula de correção considera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Com o PIB de 2016 negativo, o reajuste do salário mínimo foi calculado apenas pelo INPC.
Apesar dos cálculos, os números parecem não acompanhar a realidade dos acreanos. A vendedora Diana Lucia, 32 anos, planeja fazer doces para vender no trabalho na tentativa de conseguir fazer um extra durante o mês.
“O jeito é inventar algo para fazer um extra por fora. Não sei nem o que fazer com esses R$ 17 a mais. Pra mim é como se não tivesse tido nenhum aumento”, lamentou.

Fabiano Azevedo: