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Somos reféns

Estamos vivendo um tempo inquieto, cheio de tantas cenas que saltam aos nossos olhos e nos deixam hesitantes diante de tamanha violência, tamanho desdém, diante de tanta incivilidade cometida pelo ser humano que, confesso às vezes me falta estímulo até para sair de casa.
Tudo é tão evidente e está gravado todos os dias nos jornais, em notícias que por mais que queiramos ignorar, nos causam um certo mal estar só de imaginar que ultrapassamos a barreira do tolerável. Tragédias acontecem a cada minuto, pais molestando filhos, mães maltratando crianças que deveriam ser objetos de proteção, adolescentes roubando os pais e trocando por droga.
Somos incongruentes no trânsito, vociferamos pelo espaço insignificante no asfalto, ruas e avenidas. Transgredimos as leis de trânsito e achamos isso o máximo. Não damos passagem ao outro na faixa e achamos isso normal. Avançamos o sinal vermelho, porque somos campeões no quesito erro de educação e simplesmente não nos importamos.
O que falar da onda de assaltos e assassinatos que ocorrem em toda extensão brasileira. Tanta violência e nenhuma resolução. E essa tal guerra entre facções que tem amedrontada a população ao longo da semana? O sentimento é que dia após dia o sistema tem perdido a luta contra a violência. Sim, temos avançado, mas será que é o suficiente?
Se realmente o presente define o futuro, não quero nem imaginar como será o amanhã. Sem perceber (ou percebendo mesmo) estamos gerando um mundo repleto de violência e incoerência. Já dizia Jacques Rousseau: “todo homem nasce puro, mas a sociedade o corrompe”. Levando em consideração essa máxima, podemos até dizer que a própria sociedade é a maior responsável pelo excesso de violência que temos e dela somos reféns.

 

“Se realmente o presente define o futuro, não quero nem imaginar como será o amanhã”

Fabiano Azevedo: