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Acidentes com animais peçonhentos aumentam cerca de 20% no período chuvoso

 

Bombeiro dá dicas do que fazer ao encontrar animais dentro de casa.

O inverno amazônico, conhecido pelo período chuvoso, começou. E é nesta época que se observa, com mais frequência, a presença de animais peçonhentos em casas, quintais e locais próximos a áreas verdes.

Serpentes, escorpiões, aranhas, lacraias representam perigo para a população. Segundo o major do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão, acidentes com animais peçonhentos aumentam aproximadamente 20% no período chuvoso. Apesar de não informar o número de casos, ele afirma que este ano já foram registradas ocorrências desse tipo.

“Nós temos casos com picada de serpentes em pessoas. Um foi na zona rural, justamente quando o trabalhador precisa colocar o Equipamento de Proteção Individual (EPI), como bota e luvas. Mesmo assim, nesse período os acidentes com animais peçonhentos crescem.”

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016, em todo o Brasil, foram registrados 173.687 acidentes com animais peçonhentos, com maior incidência nos meses chuvosos. Ao todo, 305 pessoas foram vítimas fatais.

O animal peçonhento que mais causa acidentes com envenenamento é a serpente surucucu. Em 2016, foram registrados 26.485 casos de acidentes por serpentes peçonhentas e não peçonhentas. Deste total, 524 casos – ou 1,9% do total – foram causados pela surucucu.

Em Rio Branco, ataques de animais peçonhentos são mais comuns do que as pessoas imaginam. Em novembro do ano passado, início do período chuvoso, a empresária Evelyn Sales passou por momentos de tensão. Seu filho, de apenas 5 anos, foi picado sete vezes por uma espécie venenosa de escorpião.

“Ele tirou o short e deixou no chão, no outro dia de manhã ele pegou e vestiu o mesmo short para ir ao mercado comigo. O escorpião estava dentro do bolso, quando vi ele estava reclamando: tá doendo, tá doendo. Imaginei que fossem formigas, mas quando puxei o short o escorpião caiu. Foi horrível. Eu me desesperei porque a gente imagina logo que é venenoso, e que vai morrer.”

A mãe conta que foi às pressas para o pronto-socorro. “Conforme o tempo foi passando, porque a vacina precisa da liberação do farmacêutico, meu filho começou a não sentir as pernas, começou a cair, a fala dele ficou ruim, as mãos dele formigavam. Lá no pronto-socorro disseram que meu filho correu risco de morte, mas por ser gordinho e ter uma resistência forte, ele conseguiu sobreviver”.

Para evitar acidentes com esses animais, Falcão enumera alguns cuidados: não andar descalço; observar roupas e calçados ao se vestir; manter os quintais e áreas verdes limpos; não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra ou em árvores.

“Não deixar lixo acumular porque o lixo atrai roedores, que por sua vez atraem as cobras e serpentes. Não jogar resto de alimentos no quintal. Ao manter todos esses cuidados, as pessoas poderão evitar a presença desses animais”.

Animais em áreas urbanas

Outra situação comum nesse período é a presença de animais silvestres em áreas urbanas. Somente em janeiro deste ano, o Corpo de Bombeiros registrou mais de 200 capturas de animais em áreas residenciais de Rio Branco. Em 2017, foram contabilizadas 1.846 ocorrências para o resgate de animais como, cobras, jacarés, macacos, bicho preguiça, entre outros.

Mas o que fazer ao encontrar um animal dentro de casa? A recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193. Vale ressaltar que matar animais silvestres é proibido pelo Ibama.

“Ao se deparar com qualquer animal, a orientação é para não se aproximar do animal, não maltratá-lo e chamar os bombeiros para essa captura. Nós iremos até o local, com a técnica apropriada. O principal cuidado é não estressar o animal e se manter distante”, explicou o major.

No último domingo, 21, um jacaré de 1,5 metros foi encontrado na entrada da casa de uma família, no bairro Aeroporto Velho. Nesta quarta-feira, 24, uma jiboia de aproximadamente 3 metros foi capturada no quintal de uma casa no bairro Jorge Lavocat, em Rio Branco.

Os animais capturados podem ter dois destinos: o retorno para o habitat natural ou atendimento veterinário, caso haja necessidade, de acordo com Falcão.

FOTOS/CEDIDA
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