Apesar das chuvas constantes em Rio Branco, o Rio Acre apresenta sinais de vazante. É o que aponta as medições da Defesa Civil realizadas nesta terça-feira, 23. De acordo com a última medição, o manancial segue abaixo da cota de alerta, agora com 11,53 metros.
Já em Assis Brasil e Xapuri, o Rio Acre também apresentou vazante e as marcas seguem com 3,84 e 5,81 metros, respectivamente. Já o Riozinho do Rola registrou a marca de 11,12 metros.
De acordo com o pesquisador meteorológico Davi Friale, a elevada umidade do ar continua a provocar chuvas diárias, em geral, passageiras, mas que podem ser fortes e volumosas, em muitas áreas, pelo menos até o próximo domingo, 28, no Acre.
Enquanto a situação na Capital não oferece perigo, as atenções se voltam para o Rio Madeira, em Rondônia, e a temida possibilidade de isolamento do Acre via terrestre. Na região do Abunã, as águas marcaram ontem 20,74 metros de profundidade.
Durante uma verificação in loco, o coordenador da Defesa Civil Estadual e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Batista, tranquiliza os motoristas que trafegam pela rodovia e os próprios acreanos.
“A situação é de muita tranquilidade. Há uma distância de quase um metro, entre o rio e estrada, no trecho mais baixo da rodovia. Estamos em monitoramento permanente e a população pode ficar tranquila”, salientou o coordenador.
Reforçando as informações, durante uma reunião ocorrida nesta terça-feira, 23, entre autoridades acreanas e de Rondônia, a possibilidade de isolamento foi descartada.
Os dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e da equipe técnica do governo do Estado mostram que as chuvas este ano não estão similares as de 2014 – ano de isolamento do Estado por mais de 30 dias – o que causa menos preocupação. No entanto, se chuvas de grande porte vierem no período crítico e não houver a regulação da vazante pela hidrelétrica de Jirau, o risco é possível.
Além disso, diante do não cumprimento das condicionantes do licenciamento, onde foi determinado pela ANA que Jirau devesse elevar as áreas alagadas da BR-364 em 1,5 metro, e os graves prejuízos da cheia de 2014, o governador Tião Viana decidiu por entrar com um processo judicial contra a empresa que administra a hidrelétrica.
“Diante disso, nós estamos judicializando contra a hidrelétrica de Jirau e pedindo à Justiça que determine o ressarcimento dos prejuízos causados que ficam em mais de R$ 300 milhões que estão definidos de maneira técnica pela Procuradoria-Geral do Estado”, contou o governador Tião Viana.