BRUNA MELLO
O nível do Rio Acre continua subindo rapidamente em Rio Branco. Entre 9h e 12h desta sexta-feira, 12, as águas subiram sete centímetros, saindo de 13,21 metros para 13,28 metros.
Segundo a prefeitura de Rio Branco, existe possibilidade de que o nível atinja a cota de transbordamento ainda neste fim de semana. Vale lembrar que a cota de alerta é de 13,50 metros e a de transbordamento é de 14 metros.Ou seja, falta menos de um metro para o rio transbordar.
A previsão para os próximos dias é de muita chuva, podendo ultrapassar os 100 milímetros. Entre os dias 13 de dezembro e 12 de janeiro, a região das principais bacias hidrográficas do Acre receberam 400 mm de chuva, de acordo com o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC).
Para o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel George Santos, a subida das águas é considerada moderada, mas requer atenção devido às previsões de chuva para as próximas horas.
Em Assis Brasil, o nível do Rio Acre está baixando: às 9h media 4,85m e ao meio-dia, 4,80m. O manancial se encontra estável em Capixaba, mantendo a marca de 11,34m nas medições das 9h e das 12h.
Em contrapartida, o pesquisador meteorológico Davi Friale afirma que as águas do Rio Acre devem começar a baixar neste sábado, 13. “Seu nível deverá passar um pouco da cota de alerta nas próximas horas, mas não atingirá, desta vez, a de transbordamento. A partir deste sábado, seu nível começará a baixar, mesmo que lentamente, pois as chuvas que ocorreram nas últimas 48 horas não foram suficientes para que aumentasse”, diz em seu site O Tempo Aqui.
RIO MADEIRA
Com previsão de mais chuvas na bacia do Rio Madeira, a instabilidade do nível do manancial deve continuar. Nesta sexta-feira, 12, o rio atingiu a cota de 19,96, no trecho do Abunã. A lâmina de água está aproximadamente um metro abaixo da BR-364, que continua com tráfico de veículos normalizado.
“Se tiver uma chuva em grandes proporções pode ocorrer uma inundação desde que a usina de Jirau não faça a regulação do nível da água, aumentando a vazão e diminuindo o nível do rio”, explicou o coordenador de Defesa Civil do Estado, coronel Carlos Batista.
Em coletiva de imprensa, a diretora técnica do IMC, Vera Reis, afirma que as atuais previsões de chuva para a região não são equivalentes às de 2014, quando o Rio Madeira transbordou e deixou intrafegável alguns pontos da BR-364.
“Nós não temos os fenômenos climáticos que forçaram a inundação de 2014. E essas condições não vão levar o Rio Madeira às condições daquele ano. Porém, a região do Abunã sofre influência de águas vindas do Peru e da Bolívia onde as condições de chuva são intensas desde o Natal e, se não houver regulação por parte da usina, nós podemos ter efeitos significativos na estrada.”
Segundo a governadora em exercício, Nazareth Araújo, já foi solicitado à Presidência da República e à Agência Nacional de Águas (ANA) o comando da regulação das águas por parte das usinas da região.
“Nós queremos o mesmo tratamento do princípio federativo que nos garante a valoração do bem estar da nossa população tanto quanto a população do Sul e Sudeste, que também tem direito à energia elétrica. Queremos que haja regulação do sistema para que a oferta de energia não prejudique nem isole o Acre”.