Em conversa com o Jornal A GAZETA, o deputado estadual Antonio Pedro (DEM) fez uma breve avaliação de seu mandato, as expectativas para os próximos meses, bem como seus planos para a reeleição.
Seu trabalho no parlamento estadual tem sido bastante elogiado não apenas pela população, mas também por colegas de plenário. Ele atribui esse resultado ao mandato participativo que tem buscado fazer em todo o Acre.
“Tenho plena consciência do papel que preciso desempenhar neste mandato. Isso me faz ter a certeza de que podemos nos tornar a mudança que queremos para o nosso povo querido.”
Antonio Pedro falou ainda sobre o debate em torno da pré-candidatura do militar Ulysses Araújo ao Governo do Acre pelo DEM. Ele defende que o ideal para o Estado e partido seria indicar o deputado federal Alan Rick como vice na chapa de Gladson Cameli. “O bom trabalho que vem fazendo em Brasília o credenciou para assumir a vaga”.
De acordo com o deputado, este é um assunto que ainda não foi definido dentro da legenda. “O senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM, já confirmou que estará se reunindo nos próximos dias, em Brasília, com Bocalom, Alan e as principais lideranças do partido no Acre”.
Confira a entrevista:
A GAZETA – O senhor sempre esteve entre os parlamentares mais atuantes na Aleac ao longo de seu mandato. Quais os pontos positivos de suas ações o senhor destacaria?
Antonio Pedro – Quando assumi o mandatode deputado estadual tinha consciência de que meu principal foco deveria ser representar o povo com a maior seriedade possível. E, ao longo dos últimos anos, é isso que tenho buscado fazer. Portanto, o ponto mais positivo que destaco é exatamente isso: trabalhar sempre em função de nosso povo. Nunca me furtei de nenhum debate. Todas as demandas que me foram apresentadas pela população levei para serem debatidas no plenário da Aleac no sentido de encontrar soluções. Estar entre os mais atuantes é apenas consequência de representar verdadeiramente o povo.
A GAZETA – Deputado, o senhor sempre costuma afirmar que tem buscado fazer um mandato participativo em todo o Acre. O resultado tem sido o desejado?
Antonio Pedro –Sou filho de Xapuri, fui eleito praticamente pelo vale do Alto Acre e é natural que minha atenção maior seja mais contundente naquela região, mas também tenho estado presente nas demais regiões do nosso Estado. Desenvolver um mandato participativo em todo o Acre não é uma opção, mas uma obrigação. Para isso que fui eleito. É meu dever andar por todos os municípios, conversar com a população, saber suas demandas e ajudá-la com uma solução. Já conquistamos muito, porém, ainda temos muito em que avançar.
A GAZETA– Fazendo uma retrospectiva desde o seu primeiro dia de mandato até hoje, o que mais mudou no senhor?
Antonio Pedro – O senso de responsabilidade com o próximo. Sempre busquei ajudar as pessoas ao longo da minha vida, porém, o mandato me proporcionou ter uma visão mais ampla desse comprometimento. Como deputado, conseguimos ajudar um número maior de pessoas. Portanto, toda vez que entro no plenário da Aleac faço questão de lembrar que milhares de acreanos contam comigo para ter uma vida mais digna. Acredito que esse é o verdadeiro papel do Parlamentar, cuidar para que o povo mais humilde, mais oprimido tenha direito de voz e que esses direitos sejam ecoados nos quatro cantos do nosso Estado.
A GAZETA – Você faz parte do bloco da oposição e, mesmo assim, tem uma boa aceitação entre os parlamentares da base governista. Isso facilita seu desempenho na Aleac?
Antonio Pedro – Sempre procuro estar respaldado na verdade e no compromisso com o povo, dessa forma, opto todos os dias por fazer uma oposição sensata e madura. Acredito que o respeito de meus colegas de parlamento é resultado disso. Não diria que facilita meu trabalho na Aleac, até porque nós, da oposição, somos minoria no parlamento estadual, mas permite que os debates sejam feitos dentro dos limites necessários. Sem ofensas ou desrespeitos. Quando é necessário fazer um discurso mais duro, faço, afinal, meu papel é esse.
A GAZETA – Fale um pouco dos projetos iniciados em 2018.
Antonio Pedro – Temos muitos debates para este ano, nas mais diversas áreas. No momento, o que tem nos preocupado são as áreas da Saúde e Segurança Pública. A população clama por medidas mais enérgicas por parte da cúpula da Segurança do Acre. A cada dia o índice de violência cresce e o povo fica mais assustado. Esse é um debate que nenhum parlamentar pode fugir, portanto, buscaremos contribuir da melhor forma possível. Nada de crítica pela crítica. Nossa participação será no sentido de apontar soluções. É um momento que pede a união de todos os partidos.
A GAZETA – O senhor já declarou que é candidato à reeleição. Sua presença nos municípios será bastante requisitada. Isso não atrapalhará o seu desempenho como parlamentar na Aleac?
Antonio Pedro – Em hipótese alguma. Tenho um compromisso com a população e ele se manterá até o meu último dia de mandato. Minha rotina continuará a mesma. Nos dias de sessão pode ter certeza que estarei presente na Aleac. Nos demais dias, estarei visitando o interior e minhas bases. Já venho tendo essa rotina desde que assumi o mandato e nada irá mudar.
A GAZETA – Como o senhor tem se preparado para o período eleitoral desse ano?
Antonio Pedro – Meu foco tem sido percorrer todos os municípios do Acre, ouvir as demandas da população e trazer esse debate ao plenário da Aleac a fim de se encontrar soluções. No momento certo iremos trabalhar minha reeleição. Outra prioridade tem sido fortalecer o partido. Creio que a maioria das siglas esteja fazendo exatamente isso nesse período. Temos nos reunido e elaborado uma série de estratégias de crescimento.
A GAZETA – Recentemente, Tião Bocalom anunciou a pré-candidatura do Cel. Ulysses ao governo do Estado pelo DEM. Isso gerou intensos debates dentro da sigla. O senhor acha que Bocalom estaria se precipitando?
Antonio Pedro –Primeiramente, quero registrar o quanto eu respeito o presidente do meu partido. Desde que assumiu o DEM, Bocalom tem feito um bom trabalho. Quanto a essa questão da pré-candidatura do Cel. Ulysses, acho que deveria ser mais debatida dentro do partido. Existe um grupo grande que defende que o DEM apoie a candidatura de Gladson Cameli. A população clama por mudança. O grupo que está no poder já deu o que tinha que dar. O Gladson é a pessoa que possui maior chance de vitória, portanto, defendo que toda a oposição se una em torno de seu nome. Esse tem que ser um debate maduro, deixando de lado desejos individuais pelo bem da coletividade.
A GAZETA – Então, o senhor é a favor da indicação de Alan Rick como vice na chapa de Cameli?
Antonio Pedro – Com certeza. O Alan tem feito um belo mandato como deputado federal. Tem suscitado debates importantes. É um exímio defensor dos valores familiares. Trabalha no combate à corrupção. Sempre em favor do povo acreano. O bom trabalho que vem fazendo em Brasília o credenciou para assumir a vaga. O meu desejo é que Bocalom coloque a cabeça no lugar e veja que o ideal é que o DEM abrace com força a candidatura do Gladson. Não é do nosso interesse que isso ocorra apenas em um eventual segundo turno. O momento de mudança é agora. Acredito que Gladson e Alan possuem a força necessária para assumir o comando do Estado e juntos desenvolverem um trabalho de excelência.
A GAZETA – Já existe alguma definição quanto a essa questão. O DEM seguirá com a pré-candidatura de Ulysses ou optará por indicar Alan como vice de Cameli?
Antonio Pedro – Estamos no aguardo da definição da nacional. O senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM, já confirmou que estará se reunindo nos próximos dias, em Brasília, com Bocalom, Alan e as principais lideranças do partido no Acre. Estamos confiantes que Agripino optará por caminhar ao lado do PP nessa disputa ao governo.
A GAZETA – Certa vez, Bocalom chegou a dizer que a maioria dos dirigentes democratas era a favor da pré-candidatura de Ulysses Araújo. A informação procede?
Antonio Pedro –A maioria dos dirigentes partidários quer o melhor para o Acre e eles sabem que isso só será possível com o Gladson comandando o Estado. Temos, sim, muitos democratas que são a favor da pré-candidatura de Ulysses, mas também existem muitos democratas que entendem que o melhor para o Acre e para o DEM é indicar o vice de Cameli nessa disputa.
A GAZETA – Caso a nacional opte pela manutenção da pré-candidatura de Ulysses, qual será a sua postura? O senhor acredita que haverá muitas baixas no DEM?
Antonio Pedro – Não existe nenhuma teoria de conspiração contra Bocalom ou Cel. Ulysses. O que está sendo debatido é qual o melhor candidato pela oposição na disputa à sucessão estadual. Alguns dirigentes já sinalizaram que pretendem deixar o partido caso o DEM mantenha a pré-candidatura de Ulysses. Mas não há nada definido. Primeiro, vamos aguardar a definição da nacional, depois, pensaremos na próxima etapa. Tudo ao seu tempo.