Os deputados estaduais retornam ao trabalho legislativo nesta terça-feira, 6, com a volta das sessões no plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). E mesmo se tratando de um ano eleitoral, no qual a maioria dos parlamentares concorre à reeleição ou outros cargos eleitorais, a Mesa Diretora garante que trabalhará em conjunto com os demais deputados para garantir que a regularidade das sessões seja mantida.
Neste retorno dos deputados à Casa do Povo, o Jornal A GAZETA conversou com o deputado Jesus Sérgio (PDT), considerado, de acordo com o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), o parlamentar mais produtivo de 2017.
A produção legislativa é calculada com base nas Proposições apresentadas ao longo do ano como, por exemplo, Projetos de Leis, de Resoluções, Indicações, Requerimentos, entre outros.
Segundo Jesus Sérgio, a maioria das matérias apresentadas por ele no parlamento estadual é oriunda de demandas apresentadas pela população nas visitas que faz ao interior do Estado.
O parlamentar fala, ainda durante a entrevista, sobre sua pré-candidatura a deputado federal. Mostrando-se confiante com o pleito, Jesus Sérgio destaca que trabalhará para ser um dos eleitos pelo PDT.
Confira e entrevista:
A GAZETA – O senhor foi considerado o deputado estadual mais atuante em 2017. Ao todo, foram 64 proposições apresentadas ao longo do ano passado. Sensação de dever cumprido?
Jesus Sérgio – Sim. Minha atuação como parlamentar tem sido pautada em atender os gargalos da população. Ao longo de minhas visitas aos municípios do Estado, tenho procurado conversar com nosso povo. Verificar quais são suas necessidades e, consequentemente, resoluções para os problemas apresentados. Nem sempre é uma tarefa fácil, mas nunca me esquivei de lutar por alguma demanda que me foi apresentada. E o resultado está aí, por todo o empenho e dedicação, fui considerado o parlamentar mais atuante.
A GAZETA – Durante a revitalização da BR-364 você foi um dos parlamentares que cobrou do Dnit qualidade nas obras. Satisfeito com o resultado?
J.S – Sim, com certeza. No início de 2017 se gastava de 12 a 15 horas para chegar em Tarauacá, Cruzeiro do Sul. Hoje, se gasta cerca de quatro horas e andando com tranquilidade. Então, o resultado é satisfatório.
A GAZETA – Esse assunto continua na ordem do dia em 2018?
J.S – Certamente. Vamos continuar fiscalizando e cobrando ao longo deste ano. Enquanto as obras estiverem acontecendo estaremos atentos para que sejam feitas com qualidade.
A GAZETA – Qual a expectativa e projetos para esse ano?
J.S – As melhores possíveis. Embora seja ano eleitoral, vamos continuar nosso trabalho. Os projetos que estão em andamento e que ainda não foram colocados na pauta de votação, vamos lutar pela aprovação. Temos matérias importantes que ainda devem ser apreciadas, a exemplo, melhorias no atendimento nas agências bancárias. Estamos lutando para que o usuário fique o mínimo possível esperando em filas. Teremos matérias novas para esse ano.
A GAZETA – O senhor já declarou que é pré-candidato a deputado federal na eleição deste ano. O que o levou a tentar a vaga em Brasília?
J.S – Vivemos um momento delicado em todo o país no que diz respeito a política. A população anseia por mudança e por políticos que estejam dispostos a trabalhar honestamente. Se pessoas de boa índole não se colocarem a serviço da política, nada vai mudar no Brasil. Estaremos fadados a viver essa política velha e corrupta. Tendo consciência disso é que coloquei meu nome à disposição e tive um grande apoio da população, em especial, da regional Tarauacá/Envira. Isso é resultado de todo o trabalho que venho desempenhando na Aleac e buscarei fazer ainda mais no Congresso Nacional.
A GAZETA – Conquistar uma vaga na Câmara Federal não é uma tarefa fácil. Requer muito trabalho e presença nos municípios. Participar dessa disputa não atrapalhará seu desempenho como parlamentar na Aleac?
J.S – Em hipótese alguma. Ainda que seja pré-candidato a deputado federal, o compromisso que assumi como deputado estadual junto à população continua. Isso não vai mudar. Nos dias de sessão pode ter certeza que estarei presente na Aleac. Nos demais dias, estarei visitando o interior e minhas bases. Já venho tendo essa rotina desde que assumi o mandato e nada irá mudar. Estamos nos organizando para usar o tempo a nosso favor.
A GAZETA – O senhor deixará de concorrer uma reeleição praticamente certa. Levando em conta os fortes nomes que já foram postulados, vale a pena correr o risco?
J.S – Toda eleição é difícil, independente de qual esfera for. Nesse sentido, acredito que não existe essa história de reeleição certa. Claro que um mandato te coloca em evidência, pois a população passa a acompanhar teu trabalho, mas não é garantia de nada. É certo que teremos fortes candidatos na eleição desse ano, tanto da situação, quanto oposição, mas tenho fé no trabalho que realizei ao longo do meu mandato como deputado estadual. Tendo em vista que o nome do deputado Jesus Sérgio tem sido bem aceito pela população e, se Deus permitir, sairemos vitoriosos do pleito. Quando se tem um projeto em prol de nossa comunidade, vale a pena correr qualquer risco.
A GAZETA – Por falar em candidatura a deputado federal, caso o PDT decida se juntar ao chapão do PT, o senhor se mantém na disputa?
J.S – Essa é uma questão bastante delicada e que tem sido muito debatida dentro do partido. O foco do PDT é manter a aliança e lançar uma chapa alternativa ao Chapão, que contém o PT, PSB e PCdoB. O presidente do PDT, Luiz Tchê, já vem trabalhando essa questão há bastante tempo e, para nós, essa aliança para a formação da ‘chapinha’ já uma realidade. Trabalhamos, inclusive, com a possibilidade de elegermos dois deputados federais. Meu foco é trabalhar para ser um deles. No caso do PDT, juntar-se ao chapão, aí é algo que ainda terei que conversar.
A GAZETA – Como o PDT tem trabalhado essa questão? Existe a possibilidade de o partido deixar a ‘chapinha’?
J.S – O PDT tem trabalhado duas questões: lançar uma chapa com os demais partidos pequenos ou sair com chapa própria a deputado federal. Para que a chapinha seja uma realidade, é necessário que os demais partidos apresentem nomes para tornar a chapa competitiva. Não tem como um partido apresentar apenas um nome, tendo em vista que o PDT, hoje, já possui oito nomes. Esse é o grande ponto da questão e que já vem sendo trabalhado entre os partidos pequenos. Opção A ou B, o fato é que o PDT estará presente na disputa às vagas da Câmara Federal.
A GAZETA – E quanto à possibilidade de você concorrer a uma vaga na Câmara pela oposição?
J.S – Durante certo período do ano passado, cogitei essa possibilidade. Após conversar com todo o grupo político do qual faço parte, tomei a decisão de disputar pelo PDT, com o qual já venho trabalhando há muito tempo. Tenho uma forte ligação com o partido, com sua história e venho buscando, ao longo dos últimos anos, fortalecer a sigla. Portanto, não tem porque estar disputando por outra legenda que não o PDT. É quase que impossível hoje eu disputar a Câmara Federal pela oposição ou qualquer outro partido.
A GAZETA – Confiante com a vitória?
J.S – Até hoje disputei duas candidaturas. Uma para vereador, onde fui o mais votado em Tarauacá, e para deputado estadual, onde também fui o mais votado no meu município. Me elegi nos dois pleitos. Em 2016 apoiei três candidaturas em municípios da minha regional e graças a Deus saímos vitoriosos nos três para prefeito. A população conhece minha índole, meu caráter e, principalmente, o trabalho que tenho feito, que não é de agora. É de toda uma vida. Sempre fui muito empenhado no que faço. Se for preciso, trabalho dia e noite. A população tem me dado uma resposta positiva, portanto, sigo confiante nessa disputa. Confio em Deus e tenho fé que as portas se abrirão. E que o resultado seja glorificar o nome de Deus, que até aqui tem guiado os passos da minha vida.