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Deputados se desentendem devido PL que proíbe saída de castanha in natura do Acre

A possível proibição da saída de castanha in natura do Acre acalorou o debate na Assembleia Legislativa, na manhã de terça-feira, 20. O oposicionista Gehlen Diniz (PP) acusou o autor da matéria, o deputado Heitor Junior (PDT), de prestar um ‘desserviço’ às famílias que trabalham na quebra de castanha.

Diniz disse que o projeto do pedetista é o mais nefasto que já tramitou na Casa do Povo. “Este PL é o mais nefasto, mais nocivo, mais prejudicial ao povo do Acre, que passou nesta Casa. Um projeto de lei que está causando estragos antes de ser aprovado. Um projeto que prejudica milhares de famílias. O preço da castanha estava elevado porque tinha concorrência. Agora, depois que espalharam a notícia desse PL o preço despencou”, disse.

Gehlen frisou que a matéria já estaria causando prejuízo ao Estado. “Só pelo fato de o projeto já ter sido apresentado, alguns empresários, de forma maldosa, espelharam que a matéria estaria valendo e a castanha vendida in natura poderia ser apreendida. O resultado: os empresários estão desistindo da compra”, disse ao pedir que o colega de parlamento retire a matéria.

“Apelo ao deputado Heitor que retire a matéria, caso não o faça, apelo ao líder do governo para colocar em pauta nas comissões para enterrarmos isso aqui. É um projeto irresponsável. Não estou chamando o deputado de irresponsável, mas ele foi usado. É um problema social que está sendo causado nas comunidades extrativistas. Precisamos enterrar isso o quanto antes. Se enterrarmos esse projeto, dentro de seis meses, a lata da castanha estará custando R$ 100.”

O deputado Heitor Junior, por sua vez, ressaltou que o oposicionista estaria desinformado quanto à matéria. Ele retrucou ainda a afirmação de que seu PL seria nefasto.

“Nefasta é a relação dele com o prefeito de Sena Madureira. Nós estamos falando de um projeto que vai gerar mais de dois mil empregos. Temos uma audiência pública agendada para tratar o assunto com os trabalhadores que quebram castanha nos municípios do Estado para aprofundar o debate e apresentar os benefícios do PL para a comunidade extrativista.”

Ele salienta que a proposta irá beneficiar mais o trabalhador do que o empresário. “A lata de castanha é comprada de R$ 40 lá dentro da mata. Nós queremos tirar a figura do atravessador. É um projeto que visa gerar emprego e renda para beneficiar o catador do seringal”, finalizou.

 

 

 

 

 

A Gazeta do Acre: