O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou que o Acre fechou 392 postos de trabalho. O levantamento afirma que 1.269 pessoas foram admitidas em dezembro, enquanto 1.661 foram demitidas – uma redução de 0,47%.
A redução nas vagas foi puxada principalmente pelo setor de serviços, com 296 desligamentos, seguido da construção civil que teve uma perda de 129 vagas – uma redução de 1,92%.
O economista Carlos Franco comentou que os números negativos não eram esperados, já que a expectativa dos empresários era muito positiva. Ele também destaca que o fato do Acre ser dependente do setor público deixa a situação ainda pior.
“Nós tivemos um ano muito instável. O primeiro semestre de 2017 foi muito ruim e o segundo semestre mostrou sinais de recuperação econômica. O setor industrial começou a empregar antes mesmo do previsto, por exemplo. Por isso, criou-se uma expectativa positiva para o final de 2017 e início de 2018. Porém, o setor do comércio não deu resposta que se imaginava, principalmente, no Acre. Os efeitos positivos demoram a ser sentidos pelas pessoas”, detalhou Franco.
Para o economista, o fato das expectativas positivas não se concretizarem se deve que o setor industrial até empregou, mas não no volume necessário para que a economia se recupere de fato.
“Estamos com uma taxa de desemprego de 12 milhões. Então é um fôlego pequeno dentro da quantidade de desempregado que existe. Além disso, o endividamento das famílias também tem um peso influência. Já é tendência de quem estava sem renda, quando passa a ter deseja quitar dívidas e regularizar a situação econômica. Então, esse dinheiro não foi para o comércio”, esclareceu.
Esse fenômeno é algo positivo, já que num futuro breve, as famílias voltam a consumir, garante o economista.
A tendência de queda veio desde novembro, quando o Acre fechou o mês com redução de 0,41% no número de vagas de emprego em cargos celetistas.
Infelizmente, a tendência de queda no número de empregos deve continuar, especula Carlos Franco. “Nós somos exportadores de turistas. Por exemplo, quem tem renda viaja em janeiro ou fevereiro. E as cidades que tem o turismo mais forte, como Rio de Janeiro e os estados do Nordeste, têm esse incremento e aumento de emprego nesses dois meses. A nossa economia é exatamente ao contrário. Até mesmo o setor de alimentação cai”, comentou o economista.
Dados por municípios
Os dados mostram ainda essa comparação por cidades. Rio Branco teve 1.206 desligamentos, enquanto admitiu 959 pessoas. São 247 postos de trabalho fechados em dezembro apenas na capital – uma perda de 42%.
Em Cruzeiro do Sul, na segunda maior cidade do estado, foram 109 admissões e 117 desligamentos, oito postos fechados.