A juventude do município de Porto Acre se une, pela segunda vez, para reivindicar acesso à cultura, esporte e lazer na cidade. Um grupo de jovens realiza a 2ª edição da Ocupação Cultural da Juventude, no dia 24 de fevereiro, a partir das 13h, na Praça Pública do município.
O objetivo do evento é chamar atenção das autoridades para a ausência de atividades culturais, de entretenimento e até mesmo esportivas. Segundo o líder do movimento, Melquisedeque Alves, 19 anos, os jovens do município precisam se deslocar para a Capital em buscar de lazer e, muitas vezes, ficam expostos a situações perigosas.
“O mais recente foi o rapaz da Vila do Incra. Ele veio para a cidade para ir à alguma festa e foi parar numa região considerada perigosa. Acabou morrendo por não conhecer a Capital”, aponta.
Alves destaca que o Município conta com um Centro de Cultura, porém, as atividades são raras e insuficientes. “Queremos Políticas Públicas de Juventude porque até então não tem. Chegamos a conversar com o secretário de Finanças sobre, mas ele colocou como perda de dinheiro investir nessa área”.
O jovem diz que a carência de atividades voltadas para juventude não pode ser justificada por falta de dinheiro. “Uma batalha de rima, por exemplo, às vezes eles só cobram o transporte para fazer uma roda cultura. Eles colocam empecilho para realizar eventos, muitas vezes de custo zero, e a juventude fica sem ter pra onde ir”.
Ainda de acordo com Alves, os jovens atletas do município não conhecem a Lei de Incentivo ao Esporte e, na maioria das vezes, perdem oportunidades por falta de informação.
“São coisas simples que não têm em Porto Acre. Estamos buscando uma resposta do poder público em relação às ações de juventude. Temos uma diretoria de juventude que não sabemos para que serve.”
A primeira Ocupação Cultura ocorreu em janeiro deste ano e reuniu vários jovens. Para o líder do movimento, o sucesso do evento é prova da carência de opções de lazer na cidade. “Foi bem aceito, inclusive o diretor municipal disse que vai se posicionar. A juventude se sentiu mais representada”.