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“A maioria faz a consulta aqui e opera em Cobija ou Santa Cruz”, diz estudante de medicina sobre cirurgias plásticas

A prisão de Marcelo Penteado Duarte, detido dentro de um posto de saúde por exercício ilegal da profissão gerou polêmica. Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), o acusado se apresentava como cirurgião plástico e consultava pacientes na unidade de saúde, localizada no Segundo Distrito.

Duarte foi preso em flagrante e liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrências (TCO). Ele deve aguardar em liberdade as investigações da Polícia Civil.

Segundo um estudante de medicina, que preferiu não se identificar, é comum os cirurgiões plásticos fazerem avaliações e consultas em Rio Branco. Após essa etapa, é realizado o procedimento cirúrgico na Bolívia.

“A maioria consulta aqui e opera em Cobija ou Santa Cruz. Mas tem que ter cuidado porque eles visam muito o lucro. Ele [Duarte] trabalha há bastante tempo com o Dr. Toledo, e até onde eu sei, ele não é cirurgião.”

Em sua rede social, Duarte se apresenta como cirurgião, formado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Em uma publicação de 2015, ele chegou a esclarecer que apenas trabalhava para o Dr. Toledo, auxiliando as pacientes do médico na recuperação.

De acordo com o CRM, Duarte cobrava R$ 100 por consulta. No momento do flagrante, o suspeito atendia um paciente dentro de uma sala do Centro de Apoio Diagnóstico (CAD). Ele não tem autorização para realizar cirurgias plásticas, ainda segundo o CRM.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que foi aberto um procedimento administrativo para apurar o caso. O secretário Otoniel Almeida afirma que Duarte conseguiu utilizar a unidade com o apoio da mãe que trabalha no local e facilitou o acesso. “Ele não tem CRM, não é médico. Isso está comprovado”.

A reportagem do A GAZETA tentou contato com Duarte através de um telefone disponibilizado no Facebook dele, mas não teve retorno até o fechamento desta edição. Além disso, algumas mulheres que fizeram procedimentos cirúrgicos com o suspeito foram contatadas, porém, não quiseram falar sobre o procedimento.

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