Nesta semana, criminosos invadiram e roubaram várias lojas localizadas na Rua Quintino Bocaiúva, no bairro Bosque. O prejuízo é de aproximadamente R$ 1 milhão, segundo os empresários. Um dos estabelecimentos contabilizou um rombo de R$ 30 mil.
O caso chamou atenção para uma onda de assaltos e furtos que vem assustando os proprietários de estabelecimentos comerciais, em Rio Branco. Segundo o assessor da presidência da Federação do Comércio do Acre (Fecomércio) em assuntos econômicos, Alex Barros, a onda de violência tem prejudicado o empresariado local, reduzindo o faturamento.
Apesar da ação dos criminosos alcançar todas as regiões, o Centro e a Baixada da Sobral são os locais que mais registram assaltos e furtos ao comércio, de acordo com Barros.
“É um sentimento de impunidade. Isso de um modo geral causa prejuízo ao empresário, que já tem um lucro mínimo porque a carga tributária é enorme. Além disso, esse empresário tem que arcar com pagamento de proteção extra para segurança da sua empresa.
Outro problema, de acordo com o assessor, é que os índices de criminalidade estão afastando a clientela. “Muitos empresários, principalmente na Baixada, têm perdido vendas porque estão dentro dos seus comércios, mas com grades. Isso dificulta o acesso do consumidor”.
A Fecomércio está elaborando pesquisas que comprovem o prejuízo do setor para apresentar aos órgãos de Segurança Pública a fim de debater o assunto, e, assim, solucionar o problema.
“O empresário está inseguro e muitos estão fechando as portas porque não estão aguentando esse nível de impunidade. Se o empresário não tem segurança, ele fecha as portas, se fecha as portas, não tem geração de emprego e renda, e o caos tende a aumentar. Esse é um problema que atinge todas as regiões, não é algo pontual”.
Delegado dá dicas de segurança
A reportagem de A GAZETA conversou com o delegado da delegacia de Combate a Roubos e Extorsões (DCORE), Odilon Vinhadelli Neto, sobre como evitar ações criminosas nos estabelecimentos comerciais. Segundo ele, mesmo com o policiamento nas ruas, algumas dicas de segurança são essenciais na hora de driblar a ação dos bandidos.
A primeira recomendação é observar as proximidades do comércio na chegada e saída. Em caso de movimentação suspeita, acionar a polícia através do 190. “A instalação do sistema de segurança, com câmeras e alarmes, é essencial. Eu sei que a segurança é direito de todos, mas o cidadão também precisa fazer a parte dele. E isso ajuda de poder ser feita uma prisão em flagrante, se houver um monitoramento. Tanto a polícia como a empresa de vigilância pode chegar no momento para prender. Além da ajuda na produção das provas”.
Outra situação que deve ser evitada é que a rotina de depósitos seja semanal ou mensal. “Primeiro que o empresário não deve manter grandes valores na loja. Na hora do depósito é aconselhável fazer uma mudança da rotina, num dia vai pela manhã, no outro na hora do almoço, para que o criminoso que está observando não perceba que é rotineiro a saída com dinheiro”.
A iluminação externa e interna do comércio também precisa estar funcionando. “Parece uma coisa besta, mas o criminoso se utiliza do escuro para fazer o furto, por exemplo, porque facilita a ação dele. O comerciante também precisa ter uma visibilidade de fora e de dentro da loja para perceber alguma suspeita”.
Ainda segundo o delegado, o posicionamento do caixa tem que ser estratégico. “Tem que ter uma visão que todo mundo perceba onde está o caixa, além dos funcionários observarem se está acontecendo alguma coisa”.
Por fim, Vinhadelli recomenda que os comerciantes da mesma localidade mantenham contato. “O contato entre um comerciante e outro é muito importante. Acredito que até uma criação de um grupo de WhatsApp para troca de informações seria uma opção”.