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Em dois dias, Acre registra 11 mortes violentas; 10 apenas em Rio Branco

Um final de semana marcado por violência, homicídios, acidente de trânsito e até confronto entre polícia e criminosos. Entre a sexta-feira, 2, e sábado, 3, o Acre registrou 11 mortes violentas na capital acreana e no interior.

Ao todo, o Instituto Médico Legal (IML) registrou a entrada de 14 corpos, porém, um deles foi vítima de suicídio, e outro não teve a morte definida. Houve ainda um acidente de trânsito e a vítima foi identificada como Rosileudo Flores de Lima.

Apenas na sexta, 2, sete pessoas foram assassinadas a tiros em Rio Branco. A violência começou ainda na madrugada, quando Romário Silva do Nascimento, de 25 anos, teve a casa invadida, no bairro Defesa Civil, e foi morto com ao menos três tiros.

Em seguida, no bairro Jequitibá, duas mortes foram registradas também na madrugada. As vítimas foram identificadas como José Ricardo Souza Batista Júnior, de 26 anos, e Samuel de Oliveira, de 18. No bairro, testemunhas relataram à polícia que ouviram a movimentação de carros e, logo em seguida, os disparos.

O detento Mossiene Damasceno Lima, de 34 anos, que cumpria pena no regime semiaberto, foi outra vítima da violência. A polícia informou que Lima já tinha sofrido ameaças. Na ação, três carros e uma moto foram incendiados por detentos.

Já no período da noite, quatro jovens participavam de uma festa quando um homem chegou e atirou. As vítimas foram socorridas, mas Luana Aragão, de 21 anos, Rafaella Santos, de 17, e Renan Barbosa, de 20 anos, morreram durante atendimento médico. A quarta vítima, Cleiciane Rodrigues, de 19 anos, ficou internada e recebeu alta no domingo, 4.

A onda de violência continuou no sábado. Rugleson Silva e Silva, de 23 anos, teria entrado em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e acabou morto com um tiro na região do tórax. A ação ocorreu na Rua Sucupira, Vila Betel, na capital acreana. A assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp) informou que o homem atirou contra os policiais.

No interior também teve registro de assassinato. Adeilson da Silva foi encontrado morto com um tiro na cabeça na tarde de sábado. O corpo estava no Ramal da Alcoobras, próximo ao município de Capixaba. A vítima seria moradora da capital acreana e ainda chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu ainda no local do crime.

Os assassinatos seguiram durante a noite de sábado. Dessa vez, os crimes ocorreram na Rua Campo Novo, no Residencial Rosalinda. Uma das vítimas, segundo a Polícia Militar (PM-AC), foi Deigison Borges de Souza, de 22 anos, que morreu no local. O outro atingido foi o adolescente Keven Xavier de Lima, de 17 anos, que foi encaminhado ao Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), mas morreu durante uma cirurgia.

No local, populares relataram à polícia que acionaram uma guarnição do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) após ouvirem os disparos e depois perceberem que os homens já estavam no chão.

Janeiro violento

Apenas em janeiro deste ano, foram contabilizadas quase 50 mortes. O número é 20% maior que o registado no mesmo período de 2017, quando houve o registro de 40 mortes, sendo 11 no interior e 31 na capital Rio Branco.

Das quase 50 mortes, 32 mortes ocorreram em Rio Branco e 16 no interior. Ao menos 29 óbitos foram causados por arma de fogo, na maioria dos crimes dois homens em uma motocicleta atiram nas vítimas e fugiram do local.

José Ricardo Souza Batista Júnior, de 26 anos, foi uma das vítimas das mortes violentas durante a madrugada de sexta – (FOTO/ ARQUIVO PESSOAL)
A Gazeta do Acre: