Assessora utilizou reportagens publicadas no A GAZETA para fundamentar pesquisa.
Representações da Imprensa Acreana sobre a Problemática Indígena na Cidade de Sena Madureira. Esse é o tema da dissertação de mestrado da assessora de comunicação Silvânia Pinheiro, que utilizou reportagens publicadas pelo A GAZETA no período de 2005 a 2010 para fundamentar sua pesquisa.
A jornalista trabalhou cerca de sete anos neste periódico e chegou a ser nomeada editora. Na época, além de matérias do dia a dia, ela também produzia reportagens especiais.
Com matéria intitulada “Crianças índias se prostituem por 1 kg de farinha”, Pinheiro revelou a situação do povo indígena em Sena Madureira. A denúncia teve grande repercussão e desencadeou uma força-tarefa por parte do governo, que investigou o caso de perto.
E foi daí que surgiu a ideia de analisar as dificuldades que os índios enfrentam na zona urbana, conta a assessora. “Uso de drogas, alcoolismo, prostituição infantil, dificuldade de acesso à Saúde e à Educação, além da vulnerabilidade dele no meio urbano, são alguns dos problemas”.
Pinheiro recorda que para apurar os fatos e produzir o material, ela teve que passar alguns dias no município. “Acompanhei essa rotina noturna para pegar os flagrantes, como indígenas bêbados pela cidade, menores nas ruas na madrugada. Na época houve uma grande mobilização social por causa dessas denúncias”.
Outra situação analisada durante a pesquisa, que durou dois anos, foi a linguagem jornalística utilizada pela imprensa acreana com relação à ideologia e identidade do povo indígena.
“Geralmente, quando um índio vem para a cidade, nós, da imprensa, costumamos dizer que eles perdem a identidade. Nessa pesquisa, a gente descobre que eles não perdem a identidade. Eles agregam a identidade do morador da cidade, passando a se vestir como as pessoas da cidade, passam a gostar da comida, de tudo como as pessoas da cidade, e não retornam para as aldeias. Os índios vêm para a cidade alegando a busca pela cidadania, só que muitos não conseguem e caem na vulnerabilidade social, que é justamente essa questão das drogas, prostituição, alcoolismo”.