Olá! Tudo bem? Como vai você?
Hoje sinto uma grande necessidade de conversar sobre a pessoa que se esconde por trás de uma máscara.
Tem vivido assim?
Fazendo lindas obras de caridades, mostrando-se ser um pai ou mãe exemplar, uma família unida, um político honesto, um líder religioso cumpridor da palavra, um amigo leal, uma pessoa realmente feliz com a posição que ocupa, com o trabalho que faz, o casamento que vive e a fé que professa ter? Seja sincero com você mesmo: até quando acredita que esta máscara permanecerá firme? Afinal, nada é eterno, inclusive a hipocrisia da vida que está levando.
Que amizade é essa, que amor é esse que você afirma lindamente ter por uma pessoa, e, ao mesmo tempo, é capaz de trair, lesar, desejar não apenas ter, mas ser o outro?
Infelizmente, vivemos em uma sociedade onde a covardia diante de interesses próprios têm assustadoramente aumentado.
Em quem confiar, se as pessoas insistem em se esconderem por detrás de máscaras?
Quem somos nós neste mundo, como temos vivido e atuado como pessoas de fato, falando, negociando, se relacionando, digitando, dirigindo, brigando, discutindo, silenciando, trabalhando, odiando, amando?
Vive a transparência? Tem sido verdadeiramente sincero com aqueles que você diz considerar, ter carinho, amor?
Não precisa se esforçar tanto para pensar. Lembre-se também que as palavras não bastam, suas atitudes, ações e comportamentos falarão por você, mostrarão quem você realmente é por trás da máscara que insiste em usar tão delicadamente e acreditar que ninguém percebe a sua real natureza, sim, a sua personalidade, o seu caráter.
E então, tem se mostrando como realmente é? Ou se esconde em lindas casas, verdadeiros palácios como prisioneiro de si mesmo?
Desculpe-me, mas você tem como escudo sua posição social, seu carro, seus títulos e conhecimentos adquiridos à cerca de determinado assunto ou área de atuação?
Sente-se trancafiado? Nada pode falar, demonstrar, deixar transparecer, afinal, ninguém pode ver você, nem você a si mesmo.
É cômodo não mexer em nada, deixar tudo como está, nada precisa ser dito, tirado do lugar, uma verdadeira zona de conforto.
Deparar-se consigo mesmo pode ser constrangedor, humilhante, sofrido, afinal, eu não quero a realidade. O mundo criado que demonstro serve como proteção, como máscara. Eu não quero dar passos para dentro de mim, eu não quero avançar, pois temo aquilo que poderei encontrar. Temo não ter forças para enfrentar, suportar, aceitar, assumir. Tenho medo de deparar-me com meus fantasmas, fragilidades, fraquezas, com a minha covardia, ingratidão, indecisões, com a minha falta de atitude e caráter, com o meu desejo ambicioso e egoísta em meus interesses pessoais.
Neste medíocre cenário atual, as pessoas temem se deparar com elas mesmas, afinal, é chato e desgastante assumir seus erros, ou, pior ainda, outros não conseguem enxergar, admitir suas próprias atitudes negativas, agressivas e destrutivas. Mesmo diante dos fatos, muitos optam por seus interesses pessoais, outros ficam em cima do muro, e justificam suas atitudes dizendo que não querem ficar contra ninguém. Preferem cócegas nos ouvidos, palavras bonitinhas, agradáveis, doces, melosas, repetitivas e engraçadas.
Estamos evoluindo?
Por favor, não subestime a minha inteligência. Realmente a tecnologia avança cada dia mais. No entanto, o ser humano tem regredido. Estamos em uma sociedade decadente moral e emocionalmente. O amor é líquido, o respeito é careta e a dignidade pessoal está ultrapassada. O mundo é dos mais ‘ESPERTOS’, ou melhor dizendo, dos desonestos.
Acredito, sinceramente, no poder da mudança, que é possível mudar determinados comportamentos, porém, tudo dependerá de nós mesmos, de nossa sinceridade para conosco, do nosso desejo, desprendimento e coragem para melhorar e realmente evoluir como seres mais humanos.
Eu desafio você a tirar a sua máscara, a deparar-se com o seu verdadeiro ‘EU’, a conhecer o interior da sua alma. Meu amigo, minha amiga, entre humildemente nesta sua casa, analise todas as divisões e compartimentos, inclusive as dependências e os porões cheios de teias de aranhas e poeiras. Lembrando que os quintais cheios de matos e sujeiras estão lá!
Então, o que está esperando? Saia do jardim, da varanda, ou da confortável sala de estar. Tenha coragem e entre! Não tenha medo de você e nem de se encontrar. TIRE A MASCARA!
Saiba que quando isso acontece, percebemos que somos apenas seres humanos, meros mortais. Frágeis, carregando nossas misérias e cheios de mazelas, cobrando e escondendo de nós mesmo uma perfeição inexistente.
Sabe meu amigo, minha amiga, quando olhamos para nós verdadeiramente, vemos que títulos, posição social e demais poderes nos distanciam de nós mesmos, e que na realidade, não passamos de seres humanos com histórias carregadas de dores, traumas, abusos, frustrações, abandono, perdas, necessidades, mágoas e arrependimentos.
É hora de tirar a máscara! De se permitir mudar, transformar, melhorar. É hora de parar de se enganar e acreditar que está realmente conseguindo enganar o outro. É hora de ser você, de andar lado a lado com a verdade, sinceridade e autenticidade.
Lutemos para sermos pessoas melhores para nós mesmos e para o outro. Para aqueles que de uma forma ou de outra interagem, ou seja, convivem, dividem, compartilham e trocam experiências conosco.
É possível entrarmos por esta porta e fazermos a mais difícil, assustadora, reflexiva, questionadora, poderosa, linda, saudosa e inesquecível viagem ao encontro do nosso verdadeiro EU.
Então tente. Encha-se de humildade, coragem, e faça. Lembre-se: sua máscara tem prazo de validade, vai apodrecer e cair.
Um grande abraço!
Fique com Deus.
* Claudia Correia de Melo é terapeuta de adolescentes, individual e de casal. Escritora. Palestrante. Faz atendimento online para você e sua família. Skype: claudiacorreiamt / (68) 99920-0371.