Depois de muitas semanas de rumores de que estaria deixando as fileiras do PDT, o deputado estadual Heitor Junior confirmou a notícia na manhã de segunda-feira, 5. Ele sai do partido após quatro anos de filiação.
Segundo o pedetista, a decisão foi tomada após sofrer com perseguições políticas dentro do PDT. Heitor ressalta que existe um grupo dentro da sigla que tenta inviabilizar sua reeleição. “Estamos saindo pela porta da frente. Sempre cumprimos nossas obrigações partidárias, mas a situação de relacionamento se tornou insuportável com algumas pessoas, nos levando a essa decisão. Quero apenas agradecer pelo período que passei no PDT. Foi um grande aprendizado”.
Sua desfiliação ocorrerá durante o período da “janela partidária”, que inicia no dia 7 de março e se estende até 7 de abril. Nesse tempo, parlamentares estaduais ou federais estão livres para deixar suas respectivas siglas e se filiarem a outras sem o ônus de perder o mandato. “Estarei fora do PDT no dia oito de março”, disse ao confirmar também sua filiação do Partido Podemos. “Minha filiação ao Podemos se dará em Brasília e será abonada pela presidente nacional da sigla, a deputada federal Renata Abreu”, disse. O convite para que Heitor se filiasse ao Podemos foi feito por Erós Asfury.
Sem mencionar nomes, o pedetista afirma ainda que um pré-candidato a deputado federal pela oposição também se filiará ao Podemos, juntamente com ele. “Ele é muito conhecido no meio político e teve alguns mandatos. Estamos conversando e o anúncio oficial poderá sair após minha filiação. Adianto que é um quadro político importante”, finalizou.
Sem perseguição
A equipe de A GAZETA conversou com o presidente regional do PDT, Luiz Tchê. Ele negou que esteja ocorrendo qualquer perseguição dentro da legenda contra Heitor. “Não existe um grupo político dentro do PDT tentando minar a reeleição do deputado Heitor Junior. O que acontece é que foi aberto um processo disciplinar contra ele devido à inobservância de alguns pontos do estatuto do partido. Infelizmente, ele prefere adotar essa linha de que o estamos perseguindo ao invés de admitir que estaria falhando com a contribuição partidária, dentre outras coisas”, disse.
Tchê lembra que o colega de partido teria direito à ampla defesa dentro desse processo disciplinar. “O Heitor teria direito a se defender de todos os pontos que foram argumentados contra ele, portanto, não há que se falar em perseguição. E, se ele fosse expulso não seria devido à vontade de alguém, mas sim por descumprimento ao estatuto”.
O pedetista lembra ainda que o partido está em fase de crescimento e que Heitor estaria trabalhando na contramão. “Temos buscado ampliar nossos espaços, mas o deputado Heitor tem demonstrado que não está alinhado com nossos objetivos. Em determinada reunião disse que apoiaria quem ele quisesse para deputado federal, dentro ou fora da legenda”.
Tchê reforça que a fala do deputado coincide com o período em que se reuniu com o superintendente do Basa, Marivaldo Melo, pré-candidato a deputado federal pela oposição. “Coincidentemente, a afirmação foi feita na mesma época em que fez uma reunião com o Marivaldo, da oposição. Isso não é algo que o partido possa aceitar, tendo em vista que temos candidatos. Não tenho nada contra a pessoa do deputado Heitor Junior. Se nossa intenção fosse mesmo prejudicá-lo, poderíamos ter aberto esse processo depois do fim da janela partidária. Enfim, só acho que temos que ter coerência em nossas ações”, finalizou.