Prezado(a) amigo(a) leitor(a), Paz e Bem! Hoje vamos refletir sobre a paz como tarefa pela qual trabalhar. Pois somos chamados a imitar o exemplo de Cristo, tornando-nos canais através dos quais a paz de Deus possa alcançar os outros. É a tarefa que Jesus indica a seus discípulos quando proclama: “felizes os que promovem a Paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
Como todos sabem a Igreja lança todos os anos o tema da Campanha da Fraternidade, e não alheio ao ensejo pela paz, nos traz como tema, algo pretende considerar que a violência nunca constitui uma resposta justa. A Igreja Católica proclama, com a convicção de sua fé em Cristo e com a consciência de sua missão, que a violência é um mal, que a violência é inaceitável como solução para os problemas, que a violência não é digna do homem. A violência é mentira que se opõe à verdade de nossa fé, à verdade de nossa humanidade. A violência destrói o que ambiciona defender: a dignidade, a vida, a liberdade dos seres humanos”.
O Objetivo Geral da campanha da Fraternidade 2018 é: “Constituir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”.
Com isso, somos todos chamados a sermos pacificadores, ou seja, pessoas que trabalham pela paz, que põem paz entre dois adversários, assim como fez São Francisco de Assis, com o Sultão, pois estes estavam em guerra com o povo de Assis, à época. E que dão o primeiro passo para reconciliar-se com o próximo. Pois “para os que trabalham pela paz, um fruto de justiça é semeado pacificamente” (Tg 3,18). Estes serão chamados filhos de Deus, ou seja, imitadores de Deus, pois Deus é o Deus da Paz.
Jesus não somente nos exortou a sermos promotores da paz, mas também nos ensinou como nos tornarmos promotores da paz. Diz aos discípulos: “Eu deixo para vocês a paz, Eu lhes dou a minha Paz. A paz que lhes dou não é como a paz que o mundo dá” (Jo 14,27). Naquela mesma época, outro grande homem proclamava a paz. Na Ásia menor, encontrou-se uma cópia da famosa obra Atos de César Augusto, nela, o imperador romano, entre os grandes feitos por ele realizados, insere também de ter estabelecido no mundo a paz de Roma (pax Romana), uma paz obtida mediante vitórias (guerras).
Jesus revela que existe outro modo de trabalhar pela Paz. A dele também é uma paz fruto de vitórias, mas, vitória sobre si mesmo, não sobre os outros; vitórias espirituais, não militares. Sobre a cruz, como afirma São Paulo, Jesus destruiu em si mesmo a inimizade (cf. Ef 2,16), destruiu a inimizade, não o inimigo, destruiu-a em si mesmo, não os outros. O caminho para a Paz, proposto pelo evangelho, não tem sentido apenas no âmbito político.
Hoje, vemos claramente que o único caminho para a paz é destruindo a inimizade, não o inimigo. Os inimigos se destroem com armas; a inimizade, com o diálogo. Abraham Lincoln foi criticado, certa ocasião, por ser demasiado cortês com seus adversários políticos, por alguém que lhe recordou que seu dever como presidente era, ao contrário, destruí-los, ao que ele respondeu: “Por acaso não destruo meus inimigos ao torná-los meus amigos?”.
A atual situação do mundo exige dramaticamente uma mudança de método: do método de César Augusto para o de Cristo. Que há no fundo de certos conflitos aparentemente insanáveis senão, exatamente, a vontade e a secreta esperança de um dia conseguir destruir o inimigo? Infelizmente, também vale para os inimigos aquilo que Tertuliano atribuía aos primeiros cristãos perseguidos: “O sangue dos cristãos é semente de outros cristãos”. Até o sangue dos inimigos é sempre semente de outros inimigos; ao invés de destruí-los, sempre acaba por multiplicá-los.
E com isso, não podemos nos conformar, diante de tantas guerras e conflitos, como se não fosse possível uma mudança, para melhor, da situação! Com o auxilio de Deus, podemos e devemos renovar constantemente a coragem da Paz. E paz sobretudo, também entre as religiões. Conquanto, para além da paz política, somos chamados para construir uma paz social, pois a paz será o fruto da justiça, porque não há Paz sem Justiça e justiça sem Paz. PAZ E BEM!