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Respeito ao contraditório

“Ninguém é obrigado a concordar com nada, sendo direito individual acreditar e achar o que bem
entender”

Não é novidade que vivemos em um mundo onde não se sabe conviver com o contraditório. Como bem pontua João Vitor Mariano, “boa parte da história da humanidade tem sido escrita pelos embates entre grupos que fazem de suas diferenças étnicas, religiosas, culturais, ideológicas, econômicas ou políticas o germe de rivalidades inconciliáveis”. Verdade!
Não concordar com a opinião do próximo, que muitas vezes acaba se revelando não ser tão próximo assim, muitas vezes é sentença de “morte”. E se isso acontece entre pessoas do mesmo convívio, imagina em outros cenários.
Esta tentativa de tornar o outro igual a mim é uma forma errada de pensar. Temos que procurar manter a unidade na diversidade. Como dizia o apóstolo Paulo, o corpo, mesmo sendo um só, tem vários membros, cada um diferente do outro, porém cada qual tem sua função vital. Da mesma forma é na sociedade. Pessoas diferentes, ideias divergentes.
Ninguém é obrigado a concordar com nada, sendo direito individual acreditar e achar o que bem entender, mas isso não é uma autorização para fazer e falar o que quiser. Infelizmente, isso é o que mais se vê por aí, em especial, na internet. Inúmeras e incontáveis cenas de intolerância, das mais variadas.
Será que não é possível ter opiniões divergentes, sem que isso cause um problema entre as pessoas?
Diante de uma opinião contrária, é necessário mesmo um debate colocando a honra e a dignidade das pessoas em suspeição?
As discordâncias fazem uma sociedade mais justa e igualitária. E, sim, tem-se como chegar a solução de um problema realizando um debate ético, justo e respeitoso. É dessa junção de ideias que surgirá uma sociedade melhor e não da disputa para saber quem está com a razão.
* Marcela Jansen é jornalista.
E-mail: marcelajansen@hotmail.com
Fabiano Azevedo: