Café é claramente uma paixão do brasileiro e nos últimos anos tem conquistado o paladar dos acreanos. Mas, a relação do Acre com o café vai muito além do prazer e dos benefícios que bebida traz ao organismo humano. Nos últimos anos, a cafeicultura tem se consolidado no Estado, crescimento exponencial confirmado por números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Seja expresso ou coado, com leite ou puro, o café é uma das bebidas mais apreciadas no Brasil, país que mais exporta o grão para todo o mundo. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), trata-se da segunda bebida mais consumida no Brasil, perdendo apenas para a água.
No último dia 14, foi comemorado o Dia Internacional do Café, bebida que é consumida pela maioria dos acreanos pelo menos três vezes por dia. O café foi a principal base da economia do país por quase 1 anos, durante o período conhecido como economia cafeeira, entre 1840 e 1930.
No século XVIII, quando desembarcou em solo tupiniquim, o café era produto artesanal. Somente no século seguinte começou a ser produzido e exportado. Na década de 1830, passou a ser protagonista da Agroeconomia e popularizou a sua produção nos quatro cantos do país.
E qual é o papel do Acre na produção de grãos do ‘queridinho brasileiro’? Essa pergunta é respondida com uma estatística que chega a impressionar. De acordo com dados do IBGE, a cadeia de produção desse produto cresceu 63% nos últimos três anos.
E para justificar esse acréscimo, o secretário de Agropecuária, José Carlos Reis, revela que nos últimos oito anos foram incrementados 62% na cadeia produtiva do grão. “Hoje, estamos com mais de 2.200 hectares de café plantado”, complementou ele.
Ainda de acordo com o IBGE, em 2013, a produção de café no Acre era de 1.369 toneladas, o equivalente a aproximadamente 23 mil sacas. Já em 2016, esse número saltou para 2.169 toneladas de café, o equivalente a 36 mil sacas do produto.
Os investimentos na cafeicultura tiveram início em 2011, quando, na ocasião, o Estado registrava em torno de 1.500 hectares de plantio do grão. Foi aí que foram distribuídos mais de 1,2 milhão de mudas de café.
Mais de R$ 4 milhões já foram investidos na cafeicultura. Entre as ações de fomento estão à aquisição de um caminhão que descasca grãos, visando melhorar a produção da matéria-prima, além de secadores.
Com o auxílio dos parceiros como a Embrapa do Acre e de Rondônia, para qualificar os quadros técnicos para atender esses produtores, a produção do café se espalhou por todo o interior do Acre.
O secretário José Reis ressalta que esse é o caso, por exemplo, de Manoel Urbano, município que nem sequer aparecia nas estatísticas anteriormente e, atualmente, está em terceiro lugar no ranking estadual do café.
Aproximadamente 60% da produção de café do Acre se encontra-se em Acrelândia. Em Cruzeiro do Sul, ficam as indústrias de torrefação que compram a produção. “A cafeicultura é uma oportunidade excelente de resultados, tanto de rentabilidade como de necessidade de mercado que essas torrefações têm do café para processar no Estado”, confirmou o secretário Reis.
Café e seus benefícios
Os benefícios de uma das bebidas mais consumidas no mundo são vários, desde que o consumo seja moderado, alertam especialistas no assunto.
Para começar, a esperança média de vida aumenta para aqueles que bebem café, já que a sua fórmula se associa à diminuição de risco de problemas cardiovasculares, responsáveis por considerável percentagem de morte.
Também o Alzheimer e diabetes de tipo 2 são doenças cuja probabilidade de contração diminui com o consumo de café. Para tais conclusões, investigadores procuraram ‘desconstruir’ o café por todos os seus componentes, concluindo que as principais vantagens advêm dos antioxidantes e anti-inflamatórios lá presentes.
Estudos relacionam que o consumo de duas ou três xícaras de café reduz cerca de 18% o risco de câncer. Outra pesquisa diz que tomar ao menos uma xícara de café pode diminuir em 15% a incidência de câncer no fígado e em 8% o risco de câncer do endométrio.
O café possui outro benefício nas mulheres. Cientistas chegaram à conclusão de que as mulheres que tomam cerca de 4 xícaras de café ao dia têm 20% menos chances de manifestar depressão.
Além disso, a bebida é um excelente termogênico que são aliados no emagrecimento. Já que são queimadores de gordura dotados da capacidade de aumentar o gasto energético durante a digestão.
Os termogênicos também estimulam o sistema nervoso, aumentando a concentração e rendimento ao longo do dia. O café, fonte natural da cafeína que se encontra presente na formulação de outros alimentos como cacau e chás, acelera o metabolismo, reduzindo a sensação de fadiga. Também inibe o sono, promovendo um estado de atenção.
Café é bom, mas deve ser ingerido com moderação
Com sabor inconfundível e um cheiro marcante, o café está presente no dia a dia dos brasileiros. Apesar do consumo moderado representar benefícios, o café também pode causar danos à saúde.
Alguns nutricionistas acreditam que o exagero no consumo, além de causar dependência, pode influenciar diretamente no sistema reprodutor. Mulheres que tomam muito café, por exemplo, têm 27% de chances de não conseguir engravidar.
“Nas mulheres, o excesso de cafeína reduz as atividades dos músculos que levam os óvulos até o útero ou interrompe a ação das células presentes nas tubas uterinas. Nos homens, a cafeína reduz a produção de testosterona, principal hormônio masculino ligado ao desempenho sexual e crescimento muscular”, explica.
Além disso, o café deve ser consumido puro, sem açúcar ou adoçantes. O gosto dele é amargo e isso não deve ser alterado. (Com informações Agência Acre)