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Donna Fit: de “sacoleira” à referência em moda fitness

Pouco mais de dez horas da manhã e a reportagem é recebida pelas proprietárias da loja de moda fitness, Donna Fit. Elas pareciam agitadas, em meio a pinceis de maquiagem. Justificaram-se dizendo que tinha chegado mercadoria nova e que estavam se preparando para fotografar os modelos para postar na rede social. E, em meio aos batons, sombras e afins, começou a entrevista que vai mostrar mais um caso de sucesso de empreendedorismo em Rio Branco.

As sócias Denise Eufrásio e Daniella Barcelos lideram a loja que começou de maneira bem simples. “Em 2013 e 2014 eu vendia roupa fitness como sacoleira. Ia à casa das amigas de maneira despretensiosa. Fazia um extra para completar minha renda, enquanto procurava um trabalho na minha área de formação”, relembrou Denise, que é enfermeira.

Foi aí que um encontro mudou a vidas delas e as uniu em sociedade para criar a loja Donna Fit. “Trabalhava no governo, mas não estava feliz. Sempre tive vontade de abrir um negócio, mas não sabia o quê e nem em qual segmento. Tanto eu, como a Denise tínhamos vontade de abrir um negócio, mas sozinhas não daríamos o primeiro passo”, explicou Daniella.

As jovens, que já eram muito amigas, resolveram encarar esse desafio juntas, em novembro de 2016. E, confirmando a tese de que tudo no começo é difícil, elas precisaram do apoio de familiares e amigos para construir o sonho que era a loja.

“Fizemos uma pesquisa com familiares para definir o nome da loja. Boa parte dos itens aqui de dentro é revitalizada, após doações dos amigos. Além disso, nós mesmos colocamos a mão na massa mesmo na decoração. Não tivemos ajuda profissional. Tudo foi intuitivo. Fomos fazendo a loja com criatividade e com muita ajuda”, comentou Denise.

Daniella ressalta que o investimento inicial era baixo. E que a grande preocupação do início até hoje é em ser leal com o cliente.

“Nossa principal bandeira aqui é a do preço. Para nós, isso é um diferencial. Somos transparentes com nossas clientes, é essa a questão. Não temos vergonha nenhuma em falar que vendemos moda popular. Nossa loja é popular. Só que nós demos um trato nesse conceito, já que não precisa ser uma roupa de banca para ser popular”, comentou Daniella.

REDE SOCIAL

As divulgações das peças das duas lojas ocorrem por meio das redes sociais. Daniela explica que o diferencial é que, em todas as postagens, o internauta confere o preço da peça mostrada.

“Isso foi a grande diferença. Isso nós ouvimos das clientes. Não omitimos preço e nem filtramos as peças por conta do valor”, ressaltou.

Além disso, o trabalho com rede social acontece praticamente o dia inteiro. “Para um conteúdo legal, temos que nos preparar. Então, nos maquiamos, vamos para frente do espelho e tiramos fotos. Depois que postamos é que o trabalho começa, pois tentamos responder o mais rápido possível às perguntas dos internautas”, destacou Denise.

Com o objetivo de saber o nível de interação e satisfação entre os clientes, há pouco tempo foi lançada uma pesquisa. “Ela nos surpreendeu positivamente em todos os itens. As críticas foram bem pontuais e bastante construtivas. Uma das perguntas foi sobre como conheceu a loja e 85% deles revelaram que foi através das redes sociais”, comentou Daniella.

Para quem se interessou, basta conferir no Facebook e no Instagram os perfis @Donna Fit e @Donna BlackAc.

Preparação para abrir a loja e dificuldades no percurso

Não houve nenhuma dificuldade para abrir a loja, afirmaram as duas em meio a risos. Apesar disso, a experiência de Denise, que sempre ajudou na administração de lojas que eram do pai dela, contou muito na hora de abrir o próprio negócio.

“A loja do meu pai também era de moda popular, mas nossa aposta sempre foi em mostrar esse segmento, porém de uma maneira e em um local diferente. Acreditamos nisso. Ao perceber que a nossa necessidade era também de outras pessoas”, comentou Denise, que fez questão de afirmar que não houve pesquisa de mercado ou qualquer outro tipo de preparação no início da Donna Fit.

Daniella confirma que elas foram sentindo como as coisas aconteciam baseadas na experiência da Denise. “Foi assim quando decidimos investir em moda praia. Pensamos assim: vamos comprar poucas peças e vamos ver como será a aceitação. E vendemos até hoje”, declarou.

As jovens tiram o sorriso do rosto ao falar sobre os desafios que enfrentaram no início. “É um desafio muito grande manter um negócio regular, pagando imposto e mantendo o preço baixo mesmo diante de toda carga tributária que somos obrigadas a pagar. Além dos funcionários formalizados, esse é um dos grandes desafios”, comentou Denise.

Além disso, pelo fato do Acre estar situado numa região distante dos grandes centros do país, a logística é bem complicada, adianta Daniella.

“Tudo é muito demorado e mais caro para chegar. Então, a gente se propôs a oferecer uma moda popular que está na moda de forma rápida aos clientes. Por isso, precisamos de uma agilidade também aqui em Rio Branco. Aéreo é caro, terrestre é demorado, com os Correios nós não podemos contar por não cumprir prazo e ainda por cima caro também”, destacou a dupla.

Mas, nem por isso, o trabalho deixa de ser prazeroso. “Tentamos contornar, negociando com os fornecedores. E, como consequência disso, toda semana sempre chega mercadoria”, completou Denise.

 “É um desafio grande manter um negócio regular, pagando imposto e mantendo o preço baixo”

 

“Ideia inicial era de a loja ser um extra para nós”

“Quando decidimos montar a loja, a intenção era de que ela fosse um extra para nós. Mas, logo após a inauguração, nos tornamos funcionárias mesmo. Afinal, cumprimos horário, além de agregar funções”, afirmou Denise.

“Também percebemos que nós duas estando na loja a coisa fluía, ficava diferente. Cada uma ficava com uma função e as coisas foram fluindo melhor”, observou Daniella.

E o que era para ser um extra, acabou se tornando a grande paixão das jovens. “Nunca imaginávamos que em menos de dois anos estaríamos tão bem estabilizadas. Nossas pretensões eram bem menores. E, hoje, nós duas estamos vivemos de vender moda popular”, ressaltou Denise.

Daniella também faz questão de falar que não existe arrependimento quando o assunto é a Donna Fit. “Estamos bem felizes”, declarou.

Atualmente, três atendentes e as duas sócias trabalham das 9h às 18h30, de segunda a sábado.

DONNA BLACK

Em maio de 2017, as sócias deram mais um passo. Nessa data inaugurava a Donna Black. A loja funciona em anexo à Donna Fit.

“Queríamos atender uma necessidade existente de Rio Branco que era muito nossa. Sempre gostamos de nos vestir bem e pagando pouco. Nunca fomos de gastar muito e nem ligada à marca. É bacana ter algo legal que está na moda, mas que não seja necessário pagar caro pela peça. Atualmente, a moda é muito cíclica e rápida. Não dá para pagar muito caro por uma peça que daqui há um mês a moda já é outra”, apontou Denise.

Esse pensamento existe desde quando a empreendedora oferecia as roupas fitness na casa dos clientes. “Pensei em vender roupa fitness de qualidade, mas estar atrelada a uma marca conhecida para que a gente possa fazer um preço justo. Nesse conceito, após um tempo já com a Donna Fit, decidimos ampliar. Foi aí que nasceu a Donna Black”, relembrou.

Sobre a Donna Black, as jovens concordam que uma roupa para ser popular pode sim ser bem produzida e que merece maquiagem, salto e muita luz quando é apresentada.

“Mostramos para as clientes que é possível ir a qualquer lugar com uma peça em que você gastou pouco. Sem esquecer da elegância e beleza”, destacou Daniella.

E para quem acha que acabou por aqui, calma aí. A dupla empreendedora avisa que novidades estão a caminho e deixa uma dica: “a Donna Fit vai ampliar”!

 

 

Daniella Barcelos( FOTO/ BRUNA LOPES)
Denise Eufrásio – (Foto BRUNA LOPES)

 

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