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Por meio de ONG, as vidas de duas crianças acreanas são transformadas

 

Foto/Divulgação

A ONG Expedicionários da Saúde está mudando a vida de duas crianças acreanas, e lhes dando a oportunidade de andar. Elas nasceram com má formação congênita, e hoje já podem dar os primeiros passos. O tratamento, cirurgias e próteses estão sendo feitas em Campinas, interior de São Paulo.

As meninas, uma indígena e a outra filha de agricultores, junto com seus familiares, foram levadas para a realização desse sonho, com todas as despesas pagas pela ONG. Estima-se que se tivessem que pagar seria algo no valor de R$ 100 mil cada uma.

Keyla nasceu na comunidade Kashinawá e, antes da prótese, precisava da ajuda da avó para quase tudo. “Era difícil eu deixar ela brincar lá em casa, agora ela pode brincar” contou a avó Francisca Kashinawá.

Já Stefani passou uma cirurgia para o recebimento da prótese no início do mês. Mas, antes disso, o pai dela, Fábio Galdino, inconformado com ela não poder andar, criou uma prótese de madeira. “Ela conseguia andar com dificuldade, mas não era o ideal” conta Galdino. “Agora estou muito feliz porque ela conseguiu uma prótese melhor”, detalhou Galdino.

O grupo Expedicionários da Saúde existe há mais de 15 anos, e já realizou cerca de 40 expedições na Floresta Amazônica. Tem a finalidade de levar atendimento médico especializado, principalmente cirúrgico, às populações geograficamente isoladas.

Tradicionalmente, a organização viaja com cerca de 60 profissionais até essas regiões para realizar cirurgias de hérnia e catarata, doenças comuns entre os povos indígenas e que os impossibilitam de caçar, pescar e realizar o trabalho na terra. Das tendas armadas no coração do Brasil, centenas de indígenas já saíram curados da catarata e enxergando, depois de passar anos sem visão.

Além dos atendimentos e da cirurgia, a ONG realiza um trabalho de capacitação dos agentes de saúde locais. Eles auxiliam os procedimentos realizados pela ONG, com apoio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e dos Distritos Sanitários de Saúde Indígena (Dsei).

Desde a fundação, os Expedicionários da Saúde já realizaram 30 expedições, que resultaram em mais de 29.000 atendimentos médicos e mais de 4.800 cirurgias. Deixar de sentir dor ou voltar a enxergar são os objetivos do trabalho voluntário dos médicos.

No Brasil, a população indígena é de cerca de 500 mil indivíduos. No Acre, estima-se que aproximadamente 20 mil indígenas vivem em áreas rurais e florestas, fora os chamados índios isolados. São localidades de difícil acesso e que sofrem com a escassez de serviços de saúde. Por conta do intenso contato com a luz solar, há uma alta incidência de doenças degenerativas dos olhos, como a catarata. O intenso esforço físico realizado por essas populações também provoca o desenvolvimento de hérnias inguinais e abdominais. (Com informações G1/Campinas)

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