Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Demissão de agentes de endemias pode comprometer combate à malária em Cruzeiro

 

Nos últimos dias, a prefeitura de Cruzeiro do Sul sinalizou demitir 50 Agentes de Combate às Endemias (ACE), contratados no fim do ano passado para a ampliação da equipe e fortalecimento do enfrentamento à malária e do Aedes aegypti na região.

A redução no quantitativo desses profissionais no município preocupa a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), uma vez que o Acre concentra 20% dos casos de malária no estado, sendo que mais de 97% desse total são registrados em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Em 2017, Cruzeiro do Sul teve um aumento de 10,4% nas notificações da doença.

O Ministério da Saúde determina em portaria o teto de ACE por municípios. Cruzeiro do Sul tem um quantitativo de 126 agentes, pagos mensalmente pela pasta. O recurso financeiro é transferido ao município, que repassa aos funcionários. Os 50 ACEs que devem ser dispensados, conforme sinalização da prefeitura, podem trazer um impacto negativo nas ações de controle a endemias nas comunidades, a exemplo da malária.

“Desde o final do ano passado o município de Cruzeiro do Sul estava mantendo em seu quadro 177 Agentes Comunitário de Endemias e agora houve o anúncio dessa demissão de 50 agentes, o que nos preocupa. Estamos agora no apoio ao município em relação a sua reorganização de serviços, de pontos de apoio e diagnósticos, de envolvimento efetivo da Atenção Primária, em relação ao controle da malária e de outras doenças causadas pelo Aedes. Portanto, vamos permanecer durante toda essa semana na região para fazer essa articulação junto ao município”, destaca Marília Carvalho, gerente de Endemias da Sesacre.

Embora a execução dos serviços de controle e combate à malária seja de responsabilidade municipal, o governo do estado, por meio da Sesacre, vem desenvolvendo algumas ações estratégicas, entre elas: a descentralização das ações para a regional do Juruá, capacitações de novos Agentes de Combate a Endemias (ACE) e microscopistas, oficinas, ação emergencial em Mâncio Lima e atualização do manejo clínico para médicos e enfermeiros. Cruzeiro do Sul, inclusive, foi o último município do Brasil a assumir o controle das ações de combate à malária em junho do ano passado.

Outro grande investimento é a entrega de parte dos equipamentos do Plano de Apoio às Ações de Eliminação de Malária Falciparum, no qual o governo já entregou um montante de 2,6 milhões de reais para aquisições de equipamentos para os municípios prioritários. Entre os diversos equipamentos se destacam 19 computadores, 48 microscópios, 26 impressoras, 49 pulverizadores, 30 motocicletas e 13 camionetes.

Além disso, a Sesacre realizou em 2017 a pactuação de combustível, por meio do Plano de Apoio Estadual para Enfrentamento da Malária em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, totalizando um investimento de quase R$ 78 mil em combustível disponibilizado aos três municípios.

 

Sair da versão mobile