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O previsível filme do aumento da passagem

E lá vem mais um aumento. Esse me parece um daqueles filmes previsíveis e com roteiro mal elaborado do qual a gente começa a assistir e já sabe o final. Infelizmente, o caso do aumento da passagem de ônibus não será diferente.
A reunião do Conselho Tarifário na tarde da última quinta-feira, 3, caiu como um tijolo na cabeça dos rio-branquenses, mais especificamente dos usuários de transporte coletivo.
Na planilha apresentada pelo Sindicato de Transporte Coletivo do Acre, a sugestão é de que o valor pago pela passagem passe de R$ 3,50 para R$ 4,55. Não é brincadeira. Estamos falando de uma alteração no preço superior a um real.
No ano passado, quando a passagem passou de R$ 3 para R$ 3,50, ainda teve um terrorismo mental dos empresários e apoiadores de que o valor poderia chegar a R$ 4. Houve muito barulho e findou que anunciaram a redução de R$ 0,50 na proposta. Isso fez com que os ânimos se aquietassem mais. Afinal, é aquele ditado: bate primeiro e depois assopra.
Sem perceber, ou mesmo por cansaço e necessidade, o usuário aceitou e se convenceu de que aquela era a realidade.
Quando digo que o filme é previsível é porque nessa história temos dois lados e todos já sabem qual sempre se mostra como o mais forte. Os empresários também têm seus custos operacionais e não podemos negar que o Acre segue com o litro da gasolina mais cara do país.
Já os usuários, na maioria das vezes, contam apenas com os ônibus coletivos como meio de transporte. Trabalham o mês inteiro para quase nunca serem bem remunerados e ainda pagam uma passagem alta, fora todos os demais custos.
O empregador também vai sentir no bolso. Aquele que garante todos os direitos do empregado, bem como pagar o vale-transporte, vai ser atingido. Infelizmente, isso pode causar futuras demissões, pois é difícil manter o pagamento em dia quando as coisas não vão bem.
Nas entrevistas ao jornal, esses usuários alegam que o transporte coletivo em Rio Branco deixa a desejar. Há demora, super lotação, estrutura e passagem cara. Difícil defender.
Contudo, o aumento caminha para acontecer, ainda que não seja o valor inicialmente citado. O único capaz de impedir isso é a própria população.

 

* Brenna Amâncio é jornalista.
E-mail: brenna.amancio@gmail.com

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