A greve dos caminhoneiros foi suspensa na terça-feira, 29, após sete dias de paralisação no Acre. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Caminhoneiros e Máquinas Pesadas, Júlio Farias. A categoria aderiu ao movimento nacional no dia 23 de maio.
De acordo com o sindicato, a decisão de suspender a greve no estado leva em consideração a medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer. Desde então o movimento vem perdendo força no Acre.
O sindicalista alega que a maioria dos caminhoneiros estava abandonando os pontos de manifestação, localizados nas BR-364, 317 e na Estrada Transacreana, para trabalhar e em seguida retornavam.
Entre as ações adotadas pelo governo federal estão o aumento no desconto por litro de diesel, que passa de R$ 0,41 para R$ 0,46, e o congelamento do valor por 60 dias. Além disso, também foi anunciada a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios.
O superintendente da Polícia Federal do Acre (PRF-AC), Cezar Henrique, confirmou que os caminhoneiros já deixaram os três pontos de manifestação. Ele afirmou ainda que, por enquanto, não haverá escolta de caminhões tanques. “Não tem mais nenhum manifestante, então não há necessidade. Está tudo tranquilo”.
O Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Acre (Sindepac) informou que todos os postos da capital foram reabastecidos com gasolina, porém, alguns ainda estão sem etanol. A expectativa é que o reabastecimento seja normalizado nesta quarta-feira, 30.
No final de semana 59 postos ficaram sem gasolina. Ao todo, 66 postos são sindicalizados na capital. Apesar da redução, segundo o sindicato, não houve desabastecimento total.
Também não foram registrados cancelamentos de voos nesta terça, 29. No domingo, 27, dois voos foram cancelados, segundo a empresa aérea Gol.
Diferente do restante do país, a greve dos caminhoneiros no Acre não afetou muitos setores. Serviços de transporte público, segurança, saúde e educação seguem funcionando normalmente. Segundo a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), foram estabelecidas medidas preventivas para evitar qualquer desabastecimento.
As consequências da greve vão desde hospitais com falta de medicamentos, transplantes de órgãos não realizados, supermercados desabastecidos, postos de gasolina sem etanol, gasolina e diesel, voos cancelados, entre outros.
Reposição de estoques
pode ser lenta
Apesar de o movimento grevista ter sido suspenso no Acre, a reposição de estoque de produtos, como hortifrutigranjeiros, deve ser lenta. Segundo a Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa), os reflexos da greve dos caminhoneiros devem durar por uma semana até a situação ser normalizada no estado.
O presidente da Acisa, Celestino Bento, explica que produtos perecíveis devem começar a faltar nas prateleiras a partir desta quarta, 30, pois ainda há bloqueios em outras estradas. Estima-se que produtos perecíveis estejam parados há pelo menos três dias e, por isso, podem chegar à capital acreana já estragados. “Os caminhões que vinham com hortifrutigranjeiros estão parados lá em Vilhena (RO). Não passa, porque se passar o prejuízo vai ser maior, então estão retidos”.
O diretor da Central de Abastecimento da capital acreana (Ceasa), Janderson Rodrigues, disse que produtos como batata, tomate, banana prata e frutas importadas começaram a reduzir estoques.
Já o município de Cruzeiro do Sul que não foi afetado pelo desabastecimento de combustível deverá passar pela mesma situação de falta de produtos perecíveis. A expectativa é que a situação se normalize em uma semana.