A greve dos caminhoneiros completa cinco dias em Rio Branco e já gera desabastecimento de combustível nos postos. Segundo o Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Acre (Sindepac), ao menos 59 postos ficaram sem gasolina no sábado, 26, na capital.
O sindicato informou que apenas sete postos de Rio Branco ainda tem gasolina. Ao todo, 66 postos são sindicalizados na capital. Porém, a expectativa, segundo a entidade, é de que na terça-feira, 29, seja liberada uma remessa de combustível para a capital. O sindicato não soube informar se está tendo etanol e diesel.
Mesmo com a liminar que proíbe os caminhoneiros de promoverem o bloqueio total das BR’s 364 e 317 no Acre, a categoria permanece nas rodovias bloqueando-as parcialmente, de acordo com o superintendente da Polícia Federal do Acre (PRF-AC), Cezar Henrique.
Vale ressaltar que os caminhoneiros ocupam a lateral das estradas e impedem apenas a passagem de caminhões de carga. Veículos de passeio, ônibus e ambulâncias estão liberados.
Outra consequência da paralisação é a travessia da Balsa do Rio Abunã. O Sindicato das Empresas de Logísticas e Transporte de Cargas do Acre (Setacre), informou neste sábado, 26, que apenas uma balsa está funcionando e realizando cerca de quatro travessias diárias devido à falta de combustível.
A categoria aderiu ao movimento nacional na quarta-feira, 23, no Acre. Os manifestantes ocupam três pontos em duas rodovias da capital acreana e na entrada da Estrada Transacreana.
A falta de combustível também afetou a aviação. Dois voos da Latam foram cancelados no aeroporto de Rio Branco neste sábado, 26. Em nota, a companhia sugere que os passageiros liguem antes de ir para o aeroporto e se informem se seu voo foi cancelado ou não.
Já o transporte público continua operando normalmente neste sábado, afirmou a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans). A Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa) segue abastecida. Quatro caminhões carregados de frutas e outros produtos chegaram de outros estados.
Greve une categorias
Apesar do desabastecimento de produtos e dos impactos que a greve dos caminhoneiros deve trazer a economia brasileira, a causa vem unindo categorias e ganhando apoio popular. Os caminhoneiros estão recebendo comida e água da população que apoia o movimento.
O governador Tião Viana também apoia a causa dos caminhoneiros, que é a redução do preço do combustível. Porém, afirma ser contra a retirada da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) do óleo diesel.
“A Cide é fonte para manutenção das rodovias. O governo do Piauí cuida de uma malha estadual asfaltada de cerca de 6.500 km que custa cerca de R$ 100 milhões por ano. A Cide entra com R$ 40 milhões e o tesouro com R$ 60 milhões. A outra parte sim é para subsidio e é suficiente. Agora, a União quer ficar pra ela com 29% ou cerca de R$ 2,3 bilhões que fica com os Estados para manutenção das rodovias. Estradas esburacadas é mais custo no frete”.
A retirada da Cide sobre o diesel foi anunciada pelo governo em maio a protestos em todo o país contra o aumento no preço dos combustíveis.