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Mãe de prefeita, a ex-deputada Adelaide Neri morre aos 77 anos

“Adorava ficar em roda de música entre a família”, recorda sobrinha

A ex-deputada federal Adelaide da Rocha Neri, mãe da prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, faleceu na manhã de quinta-feira, 24, no pronto-atendimento da Unimed. A causa da morte não foi divulgada, mas Adelaide, com 77 anos, sofria com alguns problemas de saúde.

O anúncio foi feito pela prefeita em sua página de Facebook. “Aviso à família e aos amigos que Marlon, Missilene, Jacqueline e eu acabamos de perder nossa mãe Adelaide Neri. Sei que estamos de passagem por aqui, mas destroça o coração…PS: Assim que definirmos local do velório, avisarei”, disse a gestora.

A sobrinha-neta da ex-parlamentar, Marcela Menezes, 28 anos, conta que a tia sempre foi querida pela família, sobretudo pelos sobrinhos. “Me recordo de quando pequena que íamos sempre nas festas de comemorações de Dia das Mães, Réveillon. Ela estava sempre muito animada, adorava ficar em roda de música entre a família.. Era uma mulher muito calma e sábia”.

A morte de Adelaide comoveu autoridades e amigos. Na Câmara Municipal, durante a sessão de quinta, 24, vereadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem à ex-deputada. Os vereadores Mamed Dankar, Lene Petecão e Eduardo Farias lamentaram o falecimento durante discurso na Casa.

Na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) os parlamentares também lamentaram a morte da ex-deputada.

O velório de Adelaide Neri ocorreu na Capela São Francisco. O sepultamento foi realizado no cemitério São João Batista, às 17h, de quinta.

Consternação nas redes sociais

Nas redes sociais, vários políticos também lamentaram a morte de Adelaide. O governador Tião Viana lembrou um pouco da trajetória da ex-deputada. “Honrada parlamentar e professora, Adelaide trabalhou pelos interesses da nação na Câmara Federal, principalmente nas áreas da educação, cultura e agricultura, quando exerceu o mandato de deputada federal, no período de 1991 a 1995 e também em 1997.Natural de Tarauacá, Adelaide, aos 77 anos, deixa quatro filhos e um legado de democracia e luta social que continua sendo seguido por Socorro Neri em sua vida política”.

O deputado federal Alan Rick também prestou condolências à família em sua rede social. “Adelaide Neri foi uma parlamentar que muito bem representou o Acre e os acreanos no Congresso Nacional e uma das pioneiras nas lutas em defesa do povo acreano.Que o Senhor em sua infinita misericórdia possa consolar seus filhos Socorro, Marlon, Missilene e Jacqueline”.

O senador Jorge Viana lamentou a morte da amiga em sua página de Facebook. “Uma pessoa muito querida, por quem eu tinha uma amizade muito grande. Cedinho eu liguei pra Socorro e prestei minha solidariedade a ela e sua família. Uma família muito tradicional de Tarauacá. A dona Adelaide ainda era muito nova e eu fico imaginando a dor e o sofrimento da Socorro e seus familiares com essa perda”.

Quem é Adelaide Neri

Antônia Adelaide da Rocha Néri nasceu em Tarauacá (AC) no dia 16 de dezembro de 1940, filha de Vicente Crescêncio da Rocha e de Rosa Machado da Rocha.

Professora do ensino de primeiro grau em sua cidade natal, supervisora do projeto Minerva, coordenadora estadual do projeto Lagos II e participante de vários simpósios e encontros sobre educação em níveis nacional e regional, em 1983 assumiu a diretoria do Departamento de Ensino Supletivo da Secretaria de Educação e Cultura do Acre, cargo que exerceria até 1990. Formou-se em letras pela Universidade Federal do Acre em 1984.

No pleito de outubro de 1990, foi eleita deputada federal pelo PMDB. Empossada em fevereiro de 1991, tornou-se membro titular da Comissão de Educação, Cultura e Desporto e suplente da Comissão de Agricultura e Política Rural.

Enquanto deputada, Neri participou da votação do afastamento de Fernando Collor da presidência da República e, posteriormente, do impeachment.

Nas principais votações ocorridas na Câmara ao longo dessa legislatura, Adelaide pronunciou-se a favor da criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), que ficou conhecido como imposto do cheque, e do Fundo Social de Emergência (FSE), mas votou contra o fim do voto obrigatório.

Casou-se com Raimundo Nonato de Paiva Néri, com quem teve seis filhos.

 

 

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