Que tipo é a sua mãe? É tipo dona Hermínia? Dona Nenê? Não importa as características, mãe é sempre mãe. Gerar, parir, criar, maternar. Ser mãe é lindo, é solitário, é intenso, é difícil, é para sempre. Entre o instinto materno, o amor incondicional, a responsabilidade vivida sozinha e compartilhada também. Neste domingo, 13, comemora-se o dia delas e eis aqui uma homenagem as mamães acreanas.
Dizem que mãe é tudo igual, só muda o endereço. Mas, entre tantas semelhanças e diferenças, cada uma delas sabe as dores e as delícias de colocar e educar uma criança nesse mundo.
Ao mesmo tempo em que são únicas, elas têm perfis bem parecidos. Sejam elas, mães de um, de dois, de três. Mães-solo, mães que podem contar com alguém, mães modernas, mães corujas, mães jovens, mães bravas, mães liberais, ou tudo isso em uma só.
Só elas sabem do peso e das alegrias de ver os filhos crescerem e se tornarem tudo aquilo que elas idealizaram ou o contrário disso tudo. Só elas sabem dessa culpa e do orgulho também. Só elas sabem e sentem o que é acordar a cada dia pensando se estão fazendo o certo ou o suficiente, mas com a certeza de que estão fazendo o melhor.
Se você é mãe, calma! Você não está só! Confere esses depoimentos de mulheres, empresárias e acima de tudo mães.
A vida da empresária, publicitária e instablogger, Sofia Brunetta, virou de ponta cabeça com a chegada da Mariah, que nasceu a pouco mais de um mês. E se tornou o maior projeto de vida de Sofia. “Desejo fazer o melhor que puder pra criar uma menina forte, feliz e realizada”.
“A chegada de Mariah trouxe lições profundas: No tempo em que eu não conseguia engravidar, ela me ensinou a esperar o tempo certo. Não dependia só da minha vontade, foi preciso aprender a lidar com a expectativa. Durante a gravidez, ela me ensinou a ter serenidade com as mudanças: ver seu corpo se transformando, sentir que o controle não está com você. Dividir”, relembrou a mamãe de primeira viagem.
Quando tudo parecia estar sob controle, Sofia teve que lidar com um parto prematuro. “Ela me ensinou a lidar com a dor, com a possibilidade da perda. Na UTI, com as outras mães, muitas delas à espera pelo momento de poder levar seu bebê pra casa após longos meses, eu aprendi que a minha dor não era maior que a de ninguém. Aprendi a aproveitar cada momento dela: um sorrisinho, a primeira mamada. A alegria de receber alta e chegar em casa. Tudo ganhou mais significado agora que ela chegou”, ressaltou.
Precisar lidar com a prematuridade foi desafio imenso para qualquer mamãe. “Ter um bebê é uma jornada intensa e você nunca imagina que o primeiro momento dela na sua vida será de tanta apreensão. Eu preparei o corpo: cuidei da alimentação, fiz exercícios e malhei até o último momento, tive um acompanhamento rigoroso nesse sentido. Mas não preparei o espírito pra qualquer imprevisto”, confessou Sofia.
Mesmo assim, a maternidade tem sido enriquecedora, garante ela. “A UTI, toda aquela parafernália de tubos, injeções, ansiedade, o convívio com a equipe do hospital, as noites em claro segurando a mãozinha dela… são parte da experiência mais enriquecedora até aqui”.
No papel de inspiração para a mamãe de primeira viagem, Sofia elege a própria mãe, avó de Mariah. “Eu sempre tive admiração pela minha mãe. Ela é meu modelo de maternidade, sempre foi. Mas quando a minha filha nasceu, sobretudo pelos imprevistos, eu virei mãe, mas renasci como filha! Porque só hoje eu sou capaz de entender todo o amor que minha mãe nos deu, a devoção dela, a dedicação, o sofrimento, a angústia, todas as dores e delícias dessa relação. Devo ainda mais a ela, que não saiu do meu lado nos momentos de maior desespero, que me consolou, me ajudou, me amparou, rezou e chorou comigo, me ensinou sobre o amor”, falou emocionada.
Sofia relembra que tentou por dois anos engravidar. “Nesse tempo, cresceu a vontade de ter nossa filha e hoje, passada a etapa das tentativas frustradas, vejo que foi importante ter esse tempo para evoluir a ideia, amadurecer nossa cabeça e nos prepararmos para o desafio. E como são inúmeros! As noites de insônia, o cansaço, as dores e privações”.
Desde antes da chegada de Mariah, Sofia virou uma mãe com fome de informação. “Pesquiso em sites, comprei e ganhei muitos livros, pergunto tudo para a médica dela, recorro a grupos de mães eventualmente e a amigas que são mães, sempre. Além disso, minha sogra e minha mãe têm sido essenciais nessa jornada de descobertas” ressaltou.
Conselho
“Meu conselho é que busquem informações, procurem saber o possível a respeito da gestação, da amamentação e dos primeiros dias do bebê. Depois, que esqueçam tudo o que leram e passem a curtir as fases (gestação, puerpério e o recém nascido) como leiga, porque ser mãe tem muito mais a ver com a rotina com o seu filho do que com o quanto você acha que se preparou para isso. Você nunca estará pronta e a beleza da maternidade mora aí: No desconhecido, no seu esforço em se superar e se sentir especial e capaz de amar como nunca imaginou que seria possível”, falou Sofia.
Volta ao trabalho
Sofia Brunetta começou a trabalhar muito cedo, quando tinha 15 anos. E voltar ao trabalho após o parto ela achava que seria natural.
“Eu sempre dei prioridade ao trabalho e grávida, imaginava que a volta seria natural é inadiável. Mais um engano: Não só estou fazendo questão de voltar aos poucos, como me permito ficar horas olhando pro meu bebê, sem a menor culpa”, confessou.
A empresária ressalta que é essencial falar sobre a cobrança social. “Toda mãe merece esse tempo, mas empregadores e a sociedade de modo geral, torce o nariz para as mulheres que desejam se dedicar exclusivamente à maternidade, mas hoje eu consigo entender perfeitamente esse tempo. No meu caso, tenho que estar presente no meu negócio, então me desdobro pra estar, mas não com o mesmo rigor que eu faria antes de ser mãe”, ressaltou.
“Quando nasce um filho, nasce também uma mãe. É o ditado mais certo que existe”, fala Mariana Tavares
Quando o assunto é maternidade, a apresentadora de televisão, Mariana Tavares, tem muita experiência e é tida como exemplo para muitas mulheres quando o assunto é moda e maternidade. Afinal, ela que é mãe de três crianças entre quatro anos e sete meses, se mantem ativa e trabalhando.
“A frase que mais escuto é ‘Como você consegue dar conta de tudo?’. Sempre trabalhei e voltar ao trabalho após os três partos foi algo natural. Recebo muito pedido de dicas e sugestões pelas redes sociais. Essa ideia de exemplo ficou muito nítido. Apesar do foco principal das redes sociais serem a vida profissional fica difícil não apresentar o meu lado materno”, explicou.
Mas, se hoje Mariana inspira outras mulheres, o espelho dela foi à própria mãe. “Minha mãe sempre levou a maternidade com muita naturalidade. Minha madrinha teve quatro filhos e tem uma vida ativa. Sempre fazendo esporte e trabalhando. Além da minha avó Ester sempre foi muita ativa, mesmo com três filhos. Me espelhei nelas”, explicou.
Mas, ninguém sabe sabendo de nada né?! Foi aí que ao descobrir a primeira gravidez, que Mariana criei um grupo de WhatsApp só com mães. “Foi e ainda é muito importante. Temos até hoje ele. Sempre rola muita troca de experiência. Nasce um filho e nasce uma mãe. Esse é o ditado mais certo que existe. As mães sempre sabem o que fazer. Isso é muito digno e interessante essa troca de experiência para que essa mãe perceba que não está só”, destacou.
O maior desafio nessa jornada que é a maternidade, Mariana afirma que lidar com a culpa. “Eu preciso sentir que estão felizes com o tempo que eu passo com eles. Meu maior desafio é ter qualidade no tempo com meus filhos. Mesmo com vida loca que a gente vive. Estar presente com eles sem ter o telefone, por exemplo. No final de semana não tenho babá. Nesse tempo vivo só pra eles”.
Além disso, Mariana precisa estar arrumada e bem produzida boa parte do dia, por conta do trabalho. “Eu trabalho a minha imagem nas redes sociais e na tv. Preciso estar maquiada e arrumada. Até gosto de me arrumar e tenho uma ligação muito forte com moda. Mas, sou mais natureba mesmo. Gosto de estar sem maquiagem. Meu desafio é estar sempre arrumada”, garante.
Dificuldades
Mariana muda o tom da voz ao falar do momento em que ele aponta ter sido o mais difícil nos últimos quatro anos.
“Perdi minha mãe quando meu filho tinha quatro meses. Ela foi diagnosticada com um câncer muito severo. Foi muito difícil ter que cuidar dela e muitas vezes deixar de amamentar meu filho. Perder ela foi realmente muito difícil. Tive que seguir e Lorenzo foi um grande apoio. A terceira gravidez foi um susto e ao mesmo tempo um presente para nossa família”, comentou Mariana.
Ela conclui a entrevista afirmando que sempre sonhou em ser mãe. “Ainda bem que encontrei um homem que também queria formar uma família. É um sonho o que eu vivo hoje”.