A castanha do Acre é o produto que lidera as exportações no estado. Nos primeiros quatro meses de 2018, a exportação da noz, com casca ou seca, representou 45,7%, aproximadamente 26,3 milhões de dólares. É o que apontam dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço (MDCI), captados pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento do Estado do Acre.
O avanço na exportação do fruto comprova que a política de fomento às cadeias produtivas promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), está trazendo bons resultados para a economia acreana.
Segundo maior produtor de castanha na Amazônia, com mais de oito toneladas em 2016, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Acre vem investindo na cadeia desde 2010 por meio do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PDSA), que já está na segunda fase, com aporte financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O programa foi criado visando a promoção do desenvolvimento econômico sustentável e a diversificação produtiva no estado, baseado na economia florestal e na preservação do patrimônio natural, de acordo com a Seaprof.
A Seaprof destaca que ações governamentais seguem uma estratégia de inovação da cadeia produtiva da castanha com base em aspectos como atender os padrões de consumo fitossanitários, modernizar o processo de produção, inserir tecnologias apropriadas ao manejo sustentável da castanha nos seringais e linha de crédito específica para comercialização da produção.
Para fomentar o setor, o Governo do Acre, com apoio do BID, aplicou nos últimos anos mais de R$ 5,1 milhões, com contrapartida de R$ 1,6 milhão das cooperativas, chegando ao valor total de investimentos de R$ 6,87 milhões.
Em 2017, o percentual de exportação da noz registrado ao longo dos 12 meses pelo MDCI foi de 40,9%, representando uma movimentação de 26,3 milhões de dólares.
“O Fórum Permanente compila as informações e, com base nelas, constrói mensalmente o observatório, que é enviado aos empresários para mantê-los informados sobre a conjuntura da economia”, explica Orlando Sabino, economista do Fórum.
No ranking de países que mais compram do Acre, os dados do MDCI – divulgado no Observatório do Fórum -, indicam mudanças. Em 2012, a Bolívia despontava no primeiro lugar, seguida pelo Peru, Estados Unidos em terceiro e Argentina em quarto. Já neste quadrimestre de 2018, o Peru conquistou o primeiro lugar, com 28,2% das exportações, seguido por Hong Kong, com 26,9%. A Bolívia caiu para terceiro e os Estados Unidos ficaram em quarto.
Piscicultura do Estado começa a conquistar o mercado externo
A piscicultura, outra área produtiva que recebe incentivos constantes do governo do Acre, começa a despontar na Exportação, segundo a pesquisa. Em 2017, o surubim foi a espécie mais exportada – aproximadamente 62,5 toneladas. Neste ano, de janeiro a abril, registrou-se crescimento na exportação de tambaqui, com 25 toneladas.
Na gestão de Tião Viana, o governo do Estado construiu 5.355 tanques de piscicultura. O Acre dispõe também do Complexo de Piscicultura Peixes da Amazônia, da Fábrica de Ração, do Frigorífico e do Centro de Alevinagem, que permite dar suporte a toda a cadeia de criação de peixes.
Na Peixes da Amazônia são produzidos em torno de 1,5 milhão de alevinos da espécie pintado, 300 mil de tambaqui e 150 a 300 mil de pirarucu.
No período de safra, a equipe do complexo também faz o agendamento das vendas dos alevinos. Os animais são vendidos para cooperativas como a AcrePeixes, micro e médio empreendedores de piscicultura.
Bons negócios
Os empresários peruanos Ivan Sanchey e Yovani Sanchey estão em negociação com a Peixes da Amazônia para compra de ração para tilápia, peixe que produzem em larga escala na região de San Martín. A indústria estima que em 60 dias a primeira remessa de ração seja encaminhada ao país andino.
Inácio Moreira, diretor-presidente da indústria, destaca que a Peixes tem boa relação comercial com o Peru. Segundo ele, 17 toneladas de pescado são enviadas ao país semanalmente, para a região de Porto Maldonado. Além disso, há comercialização de ração para atender aquela região.
“A nossa meta é subir os Andes. Tanto Cusco quanto Lima são cidades turísticas com uma diversidade muito grande de um público do mundo inteiro. São pessoas que apreciam a culinária peruana, e nosso pirarucu é estratégico, para que a gente possa valorizar esse peixe exótico na região amazônica”, finaliza Moreira.